quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Fazendo a diferença



Tem gente que faz mesmo a diferença. Tem gente que já deve nascer com uma proposta de vida definida por Deus. Um compromisso doce de passar adiante o seu desejo de acreditar em um mundo melhor. Algo como um manual debaixo dos braços para não esquecer nenhum lembrete divino” (Geisa Araujo, cronista)

Li estas palavras on-line e refletindo sobre elas veio-me à mente as múltiplas ações sociais de que tenho conhecimento e cujos resultados educam, reconstroem caminhos, traz esperança onde antes só havia tristeza e desalento.
Nasceriam essas pessoas já pré determinadas a fazer o bem? Teriam essas pessoas um olhar mas sensível, capazes de distinguir o real do imaginário, seres corajosos que enfrentam as adversidades e se tornam cúmplices de um mundo imaginário muito além do mundo injusto e cruel de hoje? Seriam essas pessoas escolhidas por Deus ou teriam se deixado escolher?
Deus não escolhe os capacitados, mas capacita os escolhidos”.( Albert Einstein)


A história de Bruno me emocionou.
Bruno é um jovem, hoje com 25 anos, que conheci através de um programa jornalístico da TV.( Encontro)
Um rapaz que segundo a reportagem, desde muito jovem já sabia reconhecer através de um olhar mais observador os caminhos a percorrer em busca de mudanças num mundo tão conturbado e recheado de injustiças e diferenças sociais gritantes.
Aos 17 anos, um dia voltando para casa, numa dessas noites frias, teve um encontro que mudou sua vida e a de muitas pessoas.
Um andarilho passou por ele. Seu olhar diferenciado, a compaixão ou, sei lá, a mão de Deus o fez abordar o homem, que no seu abandono e já desacreditando das pessoas, garantiu-lhe que tudo estava bem. O rapaz deu mais alguns passos à frente, mas algo lhe dizia para voltar e insistir. Sentia que o desconhecido precisava de ajuda.
Voltou, insistiu, alimentou-o e ofereceu seu próprio agasalho.
O acaso, ( será?) proporcionou-lhe novos encontros,outras oportunidades de ajuda e solidariedade. A proximidade levou-o ao conhecimento de que atrás daquele abandono e pobreza havia um drama muito maior.
Aquele senhor era dependente químico e cansado da vida que levava, do abandono e marginalização da sociedade, naquele primeiro encontro estava disposto a dar cabo da própria vida,
A atenção , o amor e cuidado com que fora tratado pelo jovem o fez sentir-se amado, valorizado e o fez acreditar que com ajuda de boas pessoas teria forças para se desvencilhar do vício. Sim , ele podia! Ainda existia alguem que se importava com ele!
Resumindo, o andarilho está recuperado. Toda a família estruturada.
Bruno hoje busca recursos para manter o abrigo que construiu para tratar de dependentes químicos.
Quero chegar aos 80 anos, disse Bruno, olhar para trás e ter a certeza que dei minha colaboração em prol da vida”.
Bruno é “gente que faz a diferença”
Podemos não ser tão capacitados quanto Bruno para realizar grandes prodígios. Mas façamos um esforço. Deixemo-nos “ser escolhidos” por Deus para amenizar a dor do próximo.
Pequenas ações do dia a dia podem fazer a diferença!
Saibamos ser compassivos, mansos e humildes de coração!

Quando Jesus diz: "Se alguém quer ser o primeiro, que seja o último de todos e o servo de todos"Mc9, 35"
 está nos fazendo um convite a vivenciar a sua Palavra no nosso cotidiano, chamando-nos a tomar posição  a favor do direito e da justiça a serviço de todos, principalmente dos empobrecidos sem ambicionar honrarias. Nossa prática religiosa não deve servir de trampolim para o prestígio, mas um sinal de nosso compromisso com o Reino de Deus. Assim agindo, estamos a caminho de "fazer a diferença"







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