quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Encontro de Catequese para a semana

Tema: O apelo à conversão

Evangelho do dia: A parábola do homem rico e Lázaro- Lc, 16, 19-31
    Nesta parábola que Jesus contou está um forte apelo à conversão. Enquanto vivemos é tempo de conversão, mudança de vida, solidariedade, tempo de viver as propostas do Reino que é amor, justiça, fraternidade. Depois da morte este tempo não existirá mais.

Vamos ler atentamente o texto do dia: Lc 16,19-31.

"Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma grande festa. Havia também um homem pobre, chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: "Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!"
- Mas Abraão respondeu: "Meu filho, lembre que você recebeu na sua vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo.
......................                                                                      ..........................
REFLEXÂO

Nesta parábola contada por Jesus, Ele quer nos mostrar a importância do desapego material.
Jesus não condena a riqueza. O que ele contesta e condena é o mau uso dela. A falta de atitudes daqueles que detém o poder  e fogem de sua responsabilidade menosprezando sua tuação  em projetos de transformação na sociedade.
A ausência de atitudes fica visível na distância que se formou entre o rico e o pobre.
Jesus nos alerta para a falta de misericórdia “Sede misericordiosos , como vosso Pai celeste” encontramos emLc 6, 36-38
Nesta parábola Jesus mostra que todo aquele que mesmo tendo bens materiais e se abre à partilha, preocupa-se com o necessitado, pratica gestos de solidariedade torna-se humilde e agradável aos olhos de Deus.
Aquele que acumula bens , negando-se à partilha e solidariedade transforma sua vida em atitudes soberbas que o levam a ignorar o seu próximo necessitado.

A soberba pode estar no coração de todos,  independente de se ter ou não muitos bens materiais.
A solidariedade também pode estar no coração de todos : ricos ou pobres.
Para Jesus, o conceito de rico e pobre é diferente do conceito formado pela sociedade.
São também pobres os ricos pela ganância e soberba, pois preocupam-se apenas em acumular tesouros na terra, esquecendo-se do maior tesouro que é o Reino de Deus, ali “onde nem a traça e a ferrugem corroem”. O apego aos bens materiais os tornam pobres diante de Deus
São ricos aqueles que sabem “onde está o teu tesouro” e vivem sua vida segundo os preceitos divinos buscando as “coisas do reino”

Trazendo para a vivência de nossos dias
  • rico é aquele que prima pelo individualismo e capitalismo que domina a sociedade
  • Podemos dizer que rico  é aquele que não se compromete com o evangelho e não se abre à escuta da Palavra de Deus. São os ricos materialistas, que detem o poder, que oprimem o mais fraco
  • Pobres são aqueles que buscam a Deus e sentem-se oprimidos pelos detentores do poder. Seu tesouro não é deste mundo.

Quantos Lázaros que morrem à porta do hospital?
Quantos morrem nas sarjetas?
Quantos são explorados no trabalho?
Quantos não tem onde morar?

Estes Lázaros esperam a mão da solidariedade. Lázaros que reclamam e não são ouvidos
Lázaros que confiam na misericórdia de Deus.
Lázaros que muitas vezes tem atitudes transformadoras que mudam a realidade de tantos.

Concluindo
A riqueza não é pecado. Desde que não seja fruto da roubalheira e corrupção. Fruto da ambição desmedida.
O pecado está no fechamento para o próximo.
O que Jesus nos pede é a vivência do evangelho. É ter atitudes de transformação. É superar o egoismo e individualismo que nos afasta do próximo e consequentemente de Deus.
Confiemos na misericódia de Deus .Tenhamos gestos concretos de transformação que promovam   um mundo melhor.



Um olhar de Contemplação para a Palavra
  • Qual o meu novo olhar a partir da Palavra?
Meu olhar de contemplação é um olhar de conversão que cancela tudo aquilo que em minha vida é acomodação, indiferença, omissão, como evitar as pessoas que precisam de mim. Que Deus abençoe este meu propósito.
 
Oração Final  O que a Palavra me leva a Dizer a Deus:
(partilhar, viver em fraternidade, amar sem reservas)

Oremos:
Envia-nos, Senhor...

Para ser presença geradora de fraternidade...
para promover a não violência,...
Para salvar quem perdeu a esperança...

28/02/1317:41:46

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mensagem de Papa Bento XVI

 quarta -feira- 27/02/2013


"Queridos irmãos e irmãs,
No dia 19 de abril de 2005,, quando abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: «É um peso grande que colocais aos meus ombros! Mas, se mo pedis, confiado na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis». E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. Entretanto não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade; e o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito.
Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica."


27/02/13 19:49:13
Amar a Igreja significa também ter a valentia de tomar decisões difíceis, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não o de si próprio", disse.

O pontífice, de 85 anos, afirmou que "não vai abandonar a Cruz" e que, pela oração, vai continuar a serviço da Igreja.

"Minha decisão de renunciar ao ministério petrino não revoga a decisão que tomei em 19 de abril de 2005 (ao ser eleito Papa)", disse.

"Não abandono a cruz, sigo de uma nova maneira com o Senhor Crucificado, sigo a seu serviço no recinto de São Pedro", completou.

Bento XVI também pediu que os fiéis orem pelos cardeais que, após a renúncia, terão de eleger seu sucessor, em uma tarefa que ele considera difícil.
"Orem pelo meu sucessor! Que Deus os acompanhe", disse o Papa, despedindo-se dos fiéis.



A Prática do jejum : parte II


A prática do jejum é uma forma de penitência.
A Igreja nos pede o jejum durante a quaresma, mas podemos praticá-lo em várias situações. A propósito diz a legislação complementar do Código de Direito Canônico que: “Quanto aos cânn. 1251: 1. Toda sexta-feira do ano é dia de penitência, a não ser que coincida com solenidade do calendário litúrgico. Os fiéis nesse dia se abstenham de carne ou outro alimento, ou pratiquem alguma forma de penitência, principalmente obra de caridade ou exercício de piedade.”
Conhecemos pessoas que se privam de guloseimas agradáveis ao paladar, colocando esse sacrifício como uma alavanca por intenção de um ente querido.

  • Há também o jejum da palavra ferina. 
Muitas vezes temos ímpetos de dar uma resposta ofensiva a alguém. Mas, se nos abstemos disto, estamos praticando jejum. Somos convidados, por fim, a jejuar de todos os sentidos como maus pensamentos, maus olhares, maus desejos, más palavras, uso indevido de nossas mãos e de nossos pés na busca desenfreada das paixões desordenadas.
  • O repartir os nossos bens com outras pessoas é também uma maneira de jejuar. 
Neste mundo consumista, queremos sempre ter e nos esquecemos de dar. É um jejum admirável quando a pessoa se desprende do que gosta em detrimento do outro que necessita daquilo.
  • Enfim, uma penitência maravilhosa, prodigiosa é a oração.
 Assim como, no nosso dia-a-dia é necessário conviver com as pessoas, falar-lhes e escutá-las, mais ainda é preciso praticar a oração com Deus, falar com Ele e escutar o que Ele nos diz. Não podemos limitar nossas orações a pedidos. Só queremos falar com Deus pedindo, pedindo, pedindo...
Primeiro, nós O louvamos pela sua grandeza e majestade infinita.
 Em seguida, nós devemos agradecer a Ele tudo o que temos e somos.
Depois disto, então, pedimos uma graça, uma bênção, uma providência, um socorro. Alguém já disse que "a oração é à força do homem e a fraqueza de Deus", porque Ele é que nos amou primeiro e quer que sejamos felizes. Importante, muito mais importante ainda, é que nós saibamos escutar o que Deus tem a nos dizer. Nós, na maioria das vezes, queremos só falar, mas, como num diálogo, precisamos aprender a escutar a Palavra de Deus.

E Deus, na sua insondável misericórdia, nos fala de várias maneiras: através da Bíblia, através dos acontecimentos, através da palavra de um amigo e até de um estranho.
A nossa vida é uma constante palavra de Deus. A nossa própria consciência é a presença de Deus nos alertando sobre alguma coisa, tanto quando praticamos um gesto nobre como quando erramos.

Até em pensamentos podemos conversar com Deus. Ele nos deu vários caminhos para chegar a Ele, que está de mãos estendidas para nós. Só falta abrirmos o coração.

Mãe Maria - 27/02/2013 13º dia da quaresma




Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte

O programa Mãe Maria apresenta a reflexão sobre o texto do Evangelho proposto pela liturgia de cada dia. É um encontro de reflexão e oração à luz do Evangelho. Seguindo o exemplo de Nossa Senhora, somos convidados a entrar na escola do Mestre Jesus. O programa é composto pela leitura de um versículo do Evangelho seguida por uma breve 
reflexão e pela oração à Maria, finalizando com um pequeno clipe musical.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mãe Maria - 26/02/2013 12º dia da quaresma


Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo Metropolitano de Belo Horizonte Mt 17, 22-24

O programa Mãe Maria apresenta a reflexão sobre o texto do Evangelho proposto pela liturgia de cada dia. É um encontro de reflexão e oração à luz do Evangelho. Seguindo o exemplo de Nossa Senhora, somos convidados a entrar na escola do Mestre Jesus. O programa é composto pela leitura de um versículo do Evangelho seguida por uma breve reflexão e pela oração à Maria, finalizando com um pequeno clipe musical.

Sede misericordiosos

Evangelho (Lucas 6,36-38)  11º dia da quaresma
Glória a Cristo, palavra eterna do Pai, que é amor!
Senhor, tuas palavras são espírito, são vida; só tu tens palavras de vida eterna! (Jo 6,63.68)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos 6 36 "Sede misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.
3
7 Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados;
3
8 dai, e dar-se-vos-á. Colocar-vos-ão no regaço medida boa, cheia, recalcada e transbordante, porque, com a mesma medida com que medirdes, sereis medidos vós também".
Palavra da Salvação.
Comentário ao Evangelho
O AGIR CRISTÃO

O cristão tem consciência de que suas ações superam os limites das relações humanas, para desembocar no Pai. Por isso, todo gesto humano, sem exceção, tem algo a ver com Deus: deve inspirar-se nele, de quem receberá o prêmio ou o castigo.
O eixo fundamental da vida cristã deve ser a misericórdia. O motivo é simples: a misericórdia é o eixo fundamental do agir do Pai. E, pela misericórdia, o cristão reproduz um modo de ser característico de Deus.
Jesus indicou-nos algumas maneiras de expressar a misericórdia: não nos tornar juízes do próximo, e por conseguinte, abster-nos de condená-lo; perdoar sempre, e sermos capazes de doar nossos bens, com generosidade. A misericórdia, portanto, consiste em colocar-se diante do próximo com a humildade de quem se sabe servidor, e com a consciência de não ter o direito de julgá-lo e condená-lo. Isto compete ao Pai. A pessoa misericordiosa está sempre disposta a reatar, mediante o perdão, os laços rompidos pela inimizade.
A contrapartida da misericórdia humana é a misericórdia divina. O Pai não julga nem condena a quem foi capaz de ser misericordioso. Perdoa a quem foi capaz de perdoar. E a quem soube doar, dá com superabundância.
O cristão não pode perder de vista esta dimensão de seu agir.

 A falta de misericórdia resultará fatal, no momento de seu encontro com o Pai.
Oração
Espírito de misericórdia, reveste todas as minhas ações com a misericórdia, característica do Pai, levando-me a ser, para o meu próximo, a revelação da bondade divina.

(O comentário do Evangelho é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE –

Confiar em Deus!

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Práticas do jejum

Como jejuar?

Embora católica e praticante, sempre tive dúvidas em como praticar o jejum. Nunca encontrei nenhum padre que explicasse com clareza sobre o assunto. Sabemos que atualmente a Igreja prevê dois  dias de jejum no calendário litúrgico: Quarta feira de Cinzas e Sexta feira Santa. Mas sempre fico com a dúvida:

 -como jejuar?
  -Seria ficar o dia todo sem se alimentar? 
-Seria passar a pão e água como Jesus no deserto? 
-Seria jejuar apenas de guloseimas ou privar-se de alguns alimentos  imprescindíveis na nossa alimentação diária.
 -Estariam dispensados do jejum pessoas idosas com mais de 60 anos?
 -Crianças em idade de catequese conseguem praticar o jejum?

Diante de tantas dúvidas e pretendendo abordar o assunto nessa semana Santa com meus catequizando, corri a pesquisar. Encontrei esse artigo muito esclarecedor do Pe. Jonas Abib, que me deu uma nova compreensão sobre o assunto.
 Transcrevo aqui uma parte do texto, mas um aprofundamento maior podem encontrar no site ao final do texto.


 
Práticas de Jejum
     Todos podem fazer jejum. Sejam idosos ou estejam cansados ou doentes; sejam gestantes, mães que amamentam, jovens ou adultos. Todos podem jejuar sem que isso lhe faça mal, mas, pelo contrário, lhes faça bem.
      Muitas pessoas não jejuam porque não sabem fazê-lo. Imaginam que jejuar seja uma coisa muito difícil e dolorosa que elas não vão conseguir fazer.
     
      Abordamos aqui o aspecto prático do jejum. Existem várias modalidades de jejum, trataremos, no entanto, somente de quatro tipos que poderão ser de grande proveito para você.
     

Jejum da Igreja

      Assim é chamado o tipo de jejum prescrito para toda a Igreja e que, por isso, é extremamente simples, podendo ser feito por qualquer pessoa.
      Alguém poderia pensar que esse seja um jejum relaxado ou que nem seja realmente jejum, porque ele é muito fácil. Mas não é bem assim.
      Esse modo de jejuar vem da Tradição da Igreja e pode ser praticado por todos sem exceção, sendo esse o motivo porque é prescrito a toda a Igreja.

      O básico desse tipo de jejum é que você tome o café da manhã normalmente e depois faça apenas uma refeição - almoçar ou jantar -, a depender dos seus hábitos, de sua saúde e de seu trabalho. A outra refeição, a que você não vai fazer, será substituída por um lanche simples, de acordo com as suas necessidades.
      Dessa maneira, por exemplo, se você escolher o almoço para fazer a refeição completa, no jantar faça um lanche que lhe dê condições de passar o resto da noite sem fome.
      O conceito de jejum não exige que você passe fome. Em suas aparições em Medjurgorje, a própria Nossa Senhora o repetiu várias vezes. Jejuar é refrear a nossa gula e disciplinar o nosso comer.
      O importante, e aí está a essência do jejum, é a disciplina, e é você não comer nada além dessas três refeições. O que interessa é cortar de vez o hábito de "beliscar", de abrir a geladeira várias vezes ao dia para comer "uma coisinha". Evitar completamente, nesse dia, as balas, os doces, os chocolates e os biscoitos. Deixar de lado os refrigerantes, as bebidas e os cafezinhos.
      Para quem é disciplinado - e muitos de nós o somos -, isso é um jejum, e dos "bravos"! Nesse tipo de jejum, não se passa fome. Mas como "a gente" se disciplina; como refreia a gula! E é esta a finalidade do jejum.
      Qualquer pessoa pode fazer esse tipo de jejum, mesmo os doentes, porque água e remédios não quebram jejum. Se for necessário leite para tomar os remédios, o jejum não é quebrado, pois a disciplina fica mantida. Para o doente e para o idoso, disciplina mesmo talvez seja tomar os remédios e tomar corretamente.


 
Observações Finais

      Um erro muito comum que as pessoas cometem consiste em fazer um dia de jejum sem tomar café da manhã. Agindo assim, elas na verdade começam a jejuar a partir da última refeição que fizeram, na véspera, e não pela manhã.
      Essas pessoas mal-informadas acabam ficando com dor de cabeça, que em geral; começa bem cedo. Ora, dor de cabeça não é o objetivo do jejum. Além disso, trata-se de uma coisa que deixa a pessoa indisposta o resto do dia, que a torna irritadiça e sempre pronta a perder a paciência. E isso é totalmente oposto ao que se espera conseguir jejuando.
      É bom que você tome tranqüilamente seu café da manhã, como se faz todos os dias, e, a partir daí, inicie o jejum. Agindo dessa maneira, você fica livre dos ácidos do estômago, da dor de cabeça, da irritabilidade e da indisposição. E isso custa muito pouco: basta tomar café da manhã como nos outros dias.
      Se você não quer mesmo comer nada, ou é daqueles que não fazem uma refeição pela manhã, ao menos beba alguma coisa, de preferência quente. Isso vai fazer bem ao seu aparelho digestivo, preparando-o para o dia de jejum.
      O jejum é uma riqueza que precisamos reconquistar. É uma forte expressão da comunidade que decidiu fazer uma conversão, começar uma vida nova.
      Você provavelmente é uma das muitas pessoas que não conheciam o que acabei de apresentar e que por esse motivo não jejuava. Agora, com uma nova compreensão do jejum, comece a praticá-lo, pois isso seguramente trará benefícios a você e ao Corpo de Cristo.
      Deus abençoe o seu jejum!

      Essa matéria foi tirada do livro "Práticas de Jejum" escrito pelo Pe. Jonas Abib!!!
  O artigo completo você pode encontrar no site abaixo.Vale a pena conferir e tirar suas dúvidas
 



É fundamental ter em mente que não estamos nos submetendo a um teste de resistência. Não precisamos provar nada a ninguém: nem a nós, nem ao Senhor. O objetivo do jejum é nos encontrar com Deus, favorecer a oração e nos disciplinar. Ele serve para nos abrir à Graça da contemplação, da intercessão a da Unção do Espírito Santo.
Obs: esse texto foi publicado no ano anterior.  Estamos novamente na quaresma, tempo em que o jejum é uma das práticas da igreja. Tenho percebido que as dúvidas sobre o jejum são muitas, haja visto o número de acessos que teve esse post. 
Por isso a razão de publicá-lo novamente. É um texto muito esclarecedor  de fonte confiável, visto ser do Pe. Jonas Abib, e que poderá ajudar muitas pessoas a praticar o preceito apenas se disciplinando como diz o padre . 

  "Sabeis qual é o jejum que aprecio? diz o Senhor Deus:
É romper as cadeias injustas, desatar as cordas do jugo, mandar embora livres os oprimidos, e quebrar toda espécie de jugo.
É repartir seu alimento com o esfaimado,
dar abrigo aos infelizes sem asilo, vestir maltrapilhos."( Is: 58, 6 e 7)

domingo, 24 de fevereiro de 2013

A transfiguração do Senhor



24 de fevereiro: 2º domingo da Quaresma

ROSTOS TRANSFIGURADOS

Jesus se transfigura diante dos discípulos que o acompanham no monte, aonde se dirigiram para rezar, em contato mais profundo com o Pai. É aí que se completa e se plenifica a aliança de Deus com a humanidade, iniciada com Abraão. Cristo, transfigurado diante dos três discípulos, será dentro em pouco o Cristo “desfigurado” da paixão. Sua glória, revelada na transfiguração, passará, portanto, pelo sofrimento e pela humilhação.
Na cena do evangelho de hoje, Jesus se entretém numa conversa com Moisés e Elias (representantes do Antigo Testamento: leis e profetas) sobre sua partida próxima, ou seja, sobre seu êxodo definitivo para a casa do Pai.
O rosto de Jesus, em oração ao Pai, muda de aspecto. É exemplo de oração que transforma não apenas a pessoa, mas também os outros e a própria realidade. Todo encontro autêntico e sincero com Deus deixa marcas em cada rosto orante.
Os três discípulos, dominados pelo sono, acabam dormindo. Quando o mestre está ameaçado ou quando pede compromisso com seu projeto, eles não entendem – ou não querem entender – e se entregam ao sono. É muito mais fácil sonhar com aplausos e triunfos do que se comprometer com a realidade exigente da missão. Os problemas do dia a dia e o compromisso com o mestre podem nos assustar e nos fazer desanimar.

  • Pedro só tem olhos para a glória deslumbrante: É bom estarmos aqui. Ele quer permanecer na ilusão sem passar pela paixão e morte, mas a glória só acontece após o êxodo. Pretende acampar no ponto de chegada, sem passar pelo caminho penoso que conduz até aí.
  • Antes desse passo definitivo, há a necessidade de descer da montanha. O apóstolo transfigurado deve enfrentar o compromisso com o povo, e a sua realidade nem sempre é tão brilhante como nas alturas. Na montanha, em contato com Deus, rezamos, escutando a voz do Filho e pedindo nossa transformação, para que, na planície, nos solidarizemos com os rostos desfigurados dos sofredores.


Pe. Nilo Luza, ssp
 

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

1º encontro da Campanha da Fraternidade /2013

 Tema:
                 A JUVENTUDE É UMA SEMENTE

  • ACOLHIDA:  Sejam todos benvindos a esse nosso primeiro encontro da CF?2013 neste tempo de Quaresma.
 QUARESMA é tempo de conversão e de mudança interior.
Quem deve ser convertido? (pausa para reflexão)
Não só o pecador explícito, aquele que pratica atos maus ou tenha atitudes nãO CONDIZENTES COM OS ENSINAMENTOS DO SENHOR.
 TODOS NÓS SOMOS CHAMADOS À CONVERSÃO. TODOS SEMPRE TEMOS ALGO A MELHORAR OU UM COMPOTAMENTO A MUDAR.


  •  Vamos rezar juntos a oração da CF.
Pai Santo, vosso Filho Jesus, conduzido pelo Espírito Santo e obediente à vossa vontade, aceitou a cruz como prova de amor à humanidade.
 Convertei-vos e, nos deafios deste mundo, tornai-nos missionários a serviço da juventude.
  •  Para sanunciar o Evangelho como projeto de vida: Envia-nos Senhor
  • Para ser presença geradora de fraternidade: Envia-nos Senhor
  • Para ser profetas em tempo de mudança : Envia-nos Senhor
  • Para promover a sociedade da não violência: Envia-nos Senhor
  • Para salvar a quem perdeu a esperança: Envia-nos SEnhor
Seguem-se preces espontâneas  sempre com a resposta:  Envia-nos Senhor

EVANGELHO: A quaresma é um tempo forte para escutar e refletir sobre a Palavra de Deus. Ela ilumina nossa vida e nos chama à conversão
O EVANGELHO É NOSSA VIDA , NOSSA EXISTÊNCIA. A CF É UM CONVITE  PARA NOS CONVERTERMOS E IRMOS AO ENCONTRO DOS JOVENS E É UM CONVITE AOS JOVENS PARA SE DEIXAREM ENCONTRAR  POR jESUS CRISTO QUE É O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA.

Evangelho segundo Lucas, 8, 4-15

Parábola do semeador
 11 A parábola quer dizer o seguinte:
A semente é a Palavra de Deus.
12Os que estão à beira do caminho
são aqueles que ouviram,
mas, depois, vem o diabo
e tira a Palavra do coração deles,
para que não acreditem e não se salvem.
13Os que estão sobre a pedra
são aqueles que, ouvindo, acolhem a Palavra com alegria.
Mas eles não têm raiz: por um momento acreditam;
mas na hora da tentação voltam atrás.
14Aquilo que caiu entre os espinhos
são os que ouvem, mas, com o passar do tempo,
são sufocados pelas preocupações,
pela riqueza e pelos prazeres da vida,
e não chegam a amadurecer.
15E o que caiu em terra boa
são aqueles que, ouvindo com um coração bom e generoso,
conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.


REFLETINDO:
A Palavra de Deus que ouvimos nos fala dos diferentes terrenos que uma semente pode cair.
O terreno é a nossa vida, o nosso coração, o modo como acolhemos a palavra de Deus.
 Para acolher uma semente, o terreno necessita ser preparado.

Trazendo para a vivência atual:

  1. Neste momento de grandes mudanças que vivemos, como ajudamos os jovens a cuidar do terreno que é a sua vida?
  2. Nossas famílias são terreno fértil para que jovens cresçam e produzam frutos?
DINÂMICA:
 Neste momento vamos passar em nossas mãos uma vasilha com terra, sementes, espinhos e pedras.
Faça uma prece, um pedido para que Deus nos ajude a preparar o terreno do nosso coração e dos nossos jovens para que seja um terreno bom prá lançar a semente da Palavra e dar frutos cem por um.

 Enquanto passa a vasilha de mão em mão entoa-se um canto à escolha.

Preces da comunidade:
  1. Senhor, queremos ajudar nossos jovens a crescer com alegria e responsabilidade, desenvolvendo todos os seus dons.    Eis-me aqui. Envia-me!
  2. Senhor, que nossa Igreja seja espaço de crescimento para os jovens, animando-os na construção e na vivência da fraternidade e da justiça. Eis-me aqui! Envia-me
  3. Senhor, que nossa comunidade seja capaz de acolher os jovens dando-lhes espaço de participação. Eis-me aqui! Envia-me!
  4. Senhor, queremos viver segundo a Tua Palavra ajudando os jovens a viver os valores do Reino. Eis-me aqui1 Envia-me!
  5. Senhor, ajuda-nos a construir uma sociedade em que os jovens possam crescer com segurança, conquistando sempre mais sabedoria e vivendo apoiados na Tua graça. Eis-me aqui! Envia-me!
Oração  e bênção Final

Que a terra abra caminhos sempre à frente dos teus passos.
Que o vento sopre leve os teus ombros
Que o sol brilhe sempre cálido e fraterno no teu rosto
Que a chuva caia suave em teus campos 
E até que nos tornemos a encontrar
Deus te guarde em seu abraço
 Em nome do Pai, do filho e do Espírito santo.
Amém.  






quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Bento XVI e a renúncia

Papa Bento XVI anuncia renúncia



O papa Bento 16 anunciou, nesta segunda-feira, que vai renunciar do cargo no próximo dia 28.
Esta é a primeira vez em quase seis séculos que um papa renuncia ao cargo. O último fazer isso foi Gregório 12, em 1415.
O papa disse em um comunicado que está “plenamente consciente da dimensão do seu gesto” e que renuncia do cargo por livre e espontânea vontade.
Segundo o porta-voz do Vaticano, Frederico Lombardi, a notícia foi uma surpresa.
Ele também explicou que, de acordo com o canon pontificio (normas que regem o exercício do Papa), as condições para deixar o cargo são que o anúncio seja feito de forma livre e que a demonstração seja inequívoca. Ninguém precisa aceitar formalmente a decisão.
De acordo com o documento, um dos motivos da renúncia seria sua idade avançada. Bento XVI tem 85 anos e sofre de artrite, especialmente nos joelhos, quadris e tornozelo.
Joseph Ratzinger nasceu na Alemanha no dia 16 de abril de 1927 e é o pontífice número 265 da Igreja Católica e o sétimo Chefe de Estado do Vaticano.
O papa viria ao Brasil em julho para a Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro.
Um conclave será convocado para escolher o próximo pontífice. Até que um novo Papa seja escolhido, o posto ficará vago. Lombardi disse que o Vaticano espera escolher o substituto de Bento XVI até o final de março.
Durante o conclave, Bento XVI irá se mudar para a residência de Castel Gandolfo, ao sul de Roma. Após a escolha do novo Papa, ele deve ir para um convento.
O pontificado de Bento XVI começou em abril de 2005, após a morte do Papa João Paulo II.


Extraído do site da Folha.com.br no dia 11/02/2013

Quarta - feira de Cinzas

O significado da imposição das cinzas


A imposição das cinzas propõe ao fiel um caminho de conversão interior: “o desejo de seguir o Cristo padecente, crucificado e ressuscitado, praticando as virtudes da Quaresma”.
Tempo que intensifica o empenho constante da conversão cristã. É útil lembrar: na Bíblia converter-se é fazer uma reviravolta completa nas idéias, atitudes, costumes e convivência social, abandonando interesses egoístas e materiais como critérios de relacionamento com Deus e os outros.
A fé cristã – no particular e no social – é busca contínua da verdade, justiça, fraternidade e não um tipo de “quebra-galho” dos problemas, doenças, negócios e angústias.
Daí a coerência entre fé e vida. Oração e conduta não podem se contradizer. Pedidos, desejos e propósitos proferidos nos ritos religiosos e em devoções pessoais ligam a doutrina, as convicções da fé e a ética a todas as áreas das relações humanas. Se não houver sintonia entre o que se reza e o que se vive, não haverá conversão nenhuma. Seja lá o rito que se fizer!
As cinzas simbolizam a fragilidade humana e a desgraça que o pecado nos traz com o egoísmo, a ambição, a insensibilidade. Ao recebê-las reconhecemos o que somos. Dependentes do Senhor da vida até para nos amarmos uns aos outros.
O homem não tem a explicação de si mesmo e do universo. Em seu anseio mais profundo precisa da fé em Deus. Por isso os profetas atribuíam os males do povo à sua infidelidade com Deus. Diziam que era preciso “rasgar o coração e não as vestes”. O costume de rasgar em público uma parte da roupa era um sinal de penitência, arrependimento e dor. Ao lado desse havia outros ritos exteriores: o jejum, a cinza, a esmola.
A Bíblia ensina: não bastam os ritos! É imperioso criar novas relações sociais de justiça, direitos, conduta moral e dignidade coerentes com a santidade de Deus. Rasgar o coração significava então abraçar no íntimo e no social a aliança com Deus e o amor aos irmãos em todas as situações.
Os 40 dias do itinerário quaresmal nos associam mais de perto à Páscoa de Jesus. Passamos por um treinamento espiritual: maior atenção à Palavra de Deus, mais tempo de oração, renúncias pessoais livres para ter o autodomínio sobre as más inclinações e intensificar a prática da caridade (Campanha da Fraternidade).
O carnaval é cinza sem vida. A Quaresma é cinza que produz vida, purificando-nos! 
Pe. Antonio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R
13/02/13 14:40:28.





As cinzas do carnaval e as cinzas da igreja

 O que é a Quarta feira de Cinzas?


Receber as Cinzas no início da Quaresma não é apagar os pecados e abusos cometidos na festa do Carnaval. Antes, deve ser um compromisso de vivência cristã todos os dias de nossa vida.
 A quarta-feira de cinzas é o fim do carnaval e o começo da Quaresma. Uns rasgam as fantasias. Outros “rasgam o coração”.
 Se acaso havia relação entre carnaval e cinzas, (pecado e arrependimento), hoje não mais.
 Uma coisa sucede à outra no calendário por razões históricas. Não há interdependência espiritual. Sempre foi errado pensar que receber cinzas apagaria os pecados e abusos carnais da folia. 
A religião não é “conta bancária”: créditos e débitos. Findo o carnaval o débito seria bem alto e o rito das cinzas uma espécie de “acerto de contas” com Deus.
 Talvez haja sim quem aproveite os estertores do carnaval se esbaldando até a quarta-feira e misture as cinzas dos bailes e desfiles com as da Igreja. Seria esse um gesto de sincera conversão ou apenas crendice inútil? Nossa maior desgraça é uma só: afastar-se de Deus e viver de modo incoerente o seu amor. 

Portanto, nenhum ritual exterior purificará alguém dos gozos e excessos dos dias em que “tudo parecia permitido”.

Seja um verdadeiro cristão, e não um hipócrita!

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Festejando o carnaval de forma cristã

Festejar o carnaval de forma cristã é algo recente. A cada ano cresce o apelo aos cristãos para festejar os 5 dias do feriado de forma saudável e construtiva. Então, os movimentos pastorais das igrejas católicas ou evangélicas se esmeram para isso.
Planeja-se então os tão falados “carnaval com Cristo” “Alegria com Cristo” “Folia com Cristo”, etc...
Uma das finalidades é promover a evangelização dos jovens que poderão se divertir junto com amigos e familiares de uma forma saudável e num ambiente agradável. Tudo seja feito longe das drogas, do álcool e da banalização do sexo .
Apenas regado com muita música animada com rítmos alegres e descontraídos, muito louvor e alegria.
Uma opção para quem não curte o carnaval tradicional, mas quer se divertir aproveitando o feriadão. Aproveitar esse tempo, que mostra a face alegre da igreja, com louvores e adoração ao Senhor é um jeito novo de evangelizar e ser evangelizado.
 cada diocese tem o seu modo prório de se organizar para esses dias de carnaval. É o cuidado da igreja para que seus jovens não se percam de forma excessiva e pecaminosa nestes dias para muitos de orgia pecaminosa.
Momentos de vigília e adoração, retiros espirituais também fazem parte da programação cristã, onde se dedica tempo de orações em reparação dos excessos cometidos nestas cinco noites.
Cabe a cada um de nós encontrar a forma mais saudável de curtir esses dias de feriado. Afinal feriados são sempre bem vindos e pode-se aproveitá-los para  também para atividades culturais ou visitas a familiares e amigos.
Se você não curte o carnaval  aproveite para relaxar lendo um bom livro ou vendo um bom filme na companhia de uma pipoquinha e de alguem especial. Afinal, com esses dias chuvosos, ficar em casa é muito bom....traz aconchego!

Seja um bom  cristão e dê seu testemunho de vida!

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Carnaval, festa pagã ou cristã?


Que máscara você usa?



Carnaval, a festa pagã definida pelo calendário cristão

Uma festa onde tudo pode acontecer. Apesar de ser pagã, a data do Carnaval é definida de acordo com o calendário gregoriano, inventado pela Igreja Católica no século XVI. São exatamente sete domingos antes da maior comemoração cristã: a Páscoa. A confusão entre cristianismo e paganismo não é de hoje, mas atualmente existem diversas alternativas para celebrar o Carnaval, uma das maiores festividades nacionais.

No livro “Carnaval brasileiro” (Brasiliense: 1992), da antropóloga Maria Isaura Pereira de Queiroz, muito antes do cristianismo, o Carnaval era chamado de “Entrudo”, em que comemorava a entrada da primavera. Segundo ela, a festa foi incorporada por um tempo às práticas cristãs e passou a ser comemorada a partir do sábado anterior à quarta-feira de Cinzas. O objetivo era comer e festejar tanto quanto fosse possível, pois a Igreja entraria na Quaresma, tempo de penitência, reclusão e silêncio interior.

Das práticas rituais de tribos indígenas que davam boas vindas à primavera e celebravam a fertilidade, o Carnaval surgiu pelo cristianismo durante a propagação da Igreja pela Península Ibérica. Em Portugal, país de origem da data festiva, as comemorações passaram a ter outros significados. Já não eram mais a primavera ou a fertilidade, mas o contraste entre virtude e vício, vida e morte, Quaresma e Entrudo. Máscaras e fantasias eram utilizadas para representar cada personagem.

O Carnaval sempre foi marcado por contrastes, inclusive os sociais. “A rapidez com que a festa foi adotada pelos cristãos demonstrava a existência de um desejo profundo do povo de revirar a situação de dominação existente, substituindo-a por outra”, afirma Maria Isaura.

De lá para cá, o Carnaval sofreu diversas, grandes e profundas transformações sociais. De rural passou a ser urbano. Deixou de ser elitista e passou a incorporar camadas menos favorecidas. Aos poucos, foi perdendo suas características em Portugal e ganhou força no Brasil, sua colônia. A partir de 1930, as escolas de samba se desenvolveram no país e o Carnaval acabou incorporado à cultura nacional, como sendo uma tradicional festa brasileira.

Data comercial

Há muito tempo o Carnaval deixou de ser apenas um momento para as brincadeiras. Maria Isaura afirma que o Carnaval virou símbolo comercial. “A comercialização do Carnaval tornou a festa uma vitrine de vaidades, uma feira em que tudo se vende, são produtos da sociedade de consumo selvagem que domina o Brasil”.

Desde a década de 1970, empresários e agentes hoteleiros que trabalham em cidades turísticas iniciaram um movimento para determinar uma data fixa para a folia carnavalesca, sob a alegação de que a festa móvel traz prejuízos econômicos ao país. “Uma quantidade de interesses econômicos estão ligados à realização viciosa da festa”, afirma a antropóloga.

Apesar de utilizar o calendário cristão, o arcebispo de Londrina, dom Orlando Brandes faz questão de ressaltar que a festa não faz parte do cristianismo. “O Carnaval não é uma festa religiosa, pelo contrário, é uma festa pagã”, destaca.

Ele explica também a importância dada ao Carnaval pela visão comercial. “Os comerciantes querem desvincular o Carnaval da Quaresma porque ele ocorre em fevereiro, que é temporada de verão e as pessoas entram em clima de Quaresma e abandonam as praias. Este vínculo entre fim do Carnaval e início da Quaresma é uma questão histórica”, aponta dom Orlando.

Inversão de normas

A festa carnavalesca permite ultrapassar os limites da conveniência, pois há uma inversão de normas. Ou seja, tudo o que é proibido cotidianamente torna-se liberado. “No Carnaval, é preciso tomar cuidado com Aids, alcoolismo, acidentes, infidelidade conjugal, gravidez indesejada, falência de casamentos e fracassos familiares. Muitas pessoas perdem o bom senso, fazem algazarra, barulho e até agridem”, alerta o arcebispo.

Testemunho de vida é o que os cristãos devem fazer, na opinião de dom Orlando, durante os dias de Carnaval. “É preciso muito cuidado, discernimento e bom senso.” Segundo ele, festejar de uma forma cristã é algo recente. “As pastorais, os movimentos eclesiais, as novas comunidades e as paróquias se mobilizaram para realizar o tipo de carnaval cristão”, observa.

Alegria cristã, retiros, estudos, encontros, adoração são algumas das alternativas sugeridas pelo arcebispo. “Oferecer oportunidades de retiros ou reforçar a adoração reparadora dos pecados cometidos no Carnaval civil. Cada diocese realiza o Carnaval cristão ao seu modo”, sugere. Reservar dias de férias, visitar parentes realizar viagens culturais, aproveitar o tempo para leituras, retiros, adorações, vigílias ou outras experiências espirituais são outras sugestão de dom Orlando.
Fonte: Comunidade Imaculada