domingo, 10 de março de 2013

Em busca do perdão



O filho pródigo 
(Lc;15,11-32)

Considero a parábola do Filho Pródigo um dos mais edificantes e comoventes textos bíblicos que a Sagrada Escritura nos apresenta.
A arrogância e imaturidade do filho que se julga independente e preparado para se aventurar a viver sua vida longe da casa paterna culmina com sua própria ruína.
Deslumbrado com as facilidades que o dinheiro lhe traria, exige sua “herança” e aventura-se ao desconhecido, com uma falsa ideia do que seria a “terra distante”.
O Pai permite. Dá-lhe liberdade de agir. E o impulsivo filho parte...Só não contava com as adversidades que cedo ou tarde apareceriam. Sim, porque o mundo não deixa de ser uma incógnita. E o filho não estava preparado para situações inusitadas.
A “terra distante” se revelou um mundo egoísta, das falsas relações, da exploracão do homem, da calúnia e da mentira. É o mundo do “quem pode mais” ou do “salve-se quem puder”. O mundo dos prazeres fáceis e passageiros. O mundo da solidão mesmo rodeado de pessoas. E foi assim que de repente o filho se viu.
Sem dinheiro, sem amigos, sem dignidade. A mendigar um trabalho qualquer, desejando comer a comida dos animais.
Os vícios o corromperam moralmente, levando- o à degradação humana Uma solidão múltipla. Sem dinheiro, sem amigos, sem dignidade, sem Deus...
Mas o filho se ergue. Diz o texto: “Levantar-me-ei e irei ter com meu pai(18)
Era a hora de levantar-se e voltar para a Vida.
O Filho “cai em si”(17)  e toma consciência de seu estado real. Reconhece o seu erro...É o arrependimento sincero batendo à porta! E o Filho volta. Não altaneiro como partiu, mas humilhado, envergonhado. Ele pede perdão ao Pai. Quer ser reintegrado no seio da família: “Pai, pequei contra Deus e contra ti, e já não sou digno de ser chamado seu filho.(21)”Trata-me como a um de seus empregados”.(19)
É o reconhecimento do erro, o arrependimento sincero. O pedido de perdão de quem se reconhece realmente culpado e quer uma nova chance de recomeçar.
E o Pai o recebe de braços abertos. Não pergunta pelos motivos do retorno. Apenas é movido pelo sentimento de compaixão. Já não haverá mais noites de angústias, preocupações. Uma festa é feita para celebrar a volta do filho , gerando revolta no irmão mais velho, que contesta.
Mas o pai amoroso retruca: “Filho , você esteve sempre comigo, e tudo o que é meu é seu. Mas é preciso nos alegrar, porque esse seu irmão estava morto, e tornou a viver, estava perdido e foi encontrado”( 31- 32)







Os Filhos Pródigos de hoje

A parábola do filho pródigo é sem sombra de dúvida uma passagem riquíssima do evangelho de Cristo. A misericórdia e o perdão divino nunca foi tão bem retratado como nessa parábola.
Sempre que a ocasião oportuniza gosto de refleti-la nos meus encontros de catequese.
A história se repete frequentemente em nossos dias quer nas famílias, quer nas comunidades , nos movimentos pastorais e até mesmo entre nossas crianças e jovens da catequese.
Filhos que se afastam das famílias desejosos de assumir a própria vida, iludidos por um mundo de facilidades são levados pelas drogas. Não suportam a disciplina e regras estabelecidas pelos pais na família gerando conflitos devido a essa indisciplina e negação da autoridade paterna.
Outros partem simplesmente por partir. São aventureiros, não sentem prazer na vida em família ou mesmo na comunidade em que vivem.
Outros ainda sentem-se perdidos numa comunidade marcada por disputas, invejas e egoísmo. Falta o verdadeiro testemunho de seus membros. Aqueles que deveriam dar seu exemplo de vivência cristã acabam por abalar a fé de alguns jovens ainda em formação que acabam por desacreditar no amor e por fim desertam.
O Pai do evangelho de hoje ( Filho Pródigo), nos fornece belo exemplo de amor e acolhida.
Deus é como esse Pai que fica feliz ao ver o filho retornando para casa e prepara um banquete para festejar.
A família e a comunidade devem ser locais de acolhida e perdão. Todos têm direito à redenção, a uma segunda oportunidade.

Traga o texto para sua realidade

 O texto é trazido para a realidade dos jovens de hoje, no sentido de alertá-los para os perigos em se agir muitas vezes impulsivamente e imaturamente.  Assim agindo, acabam por desprezar os conselhos dos pais e correm o risco de embrenhar-se por caminhos tortuosos.
A intenção não é mostrar como consequência a volta do filho humilhado e vencido. Mas sim ressaltar o infinito amor de Deus pelos pecadores. Um Deus que aceita os inaceitáveis , perdoa os imperdoáveis e acolhe os desprezíveis.
Assim é nosso Deus! Ele é o Pai que confia em nossa capacidade de sermos melhores e faz festa quando mudamos de vida porque sabe que só assim seremos felizes. Deus é o Pai que nos ama incondicionalmente.

A parábola aplicada à realidade nos leva a refletir sobre o perigo das decisões tomadas por impulso. Indica também que o dinheiro nem sempre é garantia de vida próspera e satisfatória. Sentimentos e relações também devem ser considerados e bem administrados.
Como na parábola, cada um é convidado a “cair em si”, voltar o olhar para dentro de sua própria vida, a tomar consciência do seu estado real e ser crítico de si mesmo . 
Perscrutar erros e acertos e encaminhar seus passos na direção certa, tendo sempre a humildade de reconhecer suas falhas.
Há sempre a esperança de recomeçar...

Sempre há um novo caminho à nossa espera...


Guardando para a vida:

O filho pródigo desperdiçou todos os bens materiais que o pai lhe deu como herança.
E você , que uso está fazendo dos dons e bens que Deus lhe deu?
Está fazendo bom uso deles? Ou desperdiçando-os?
   











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