quarta-feira, 30 de março de 2016

"EU VI O SENHOR ! Jo 20 ,1.11-18




Vamos  acompanhar Maria Madalena na sua procura de Jesus
Ela é uma das três mulheres que estiveram junto à cruz. Ela esperou todo o sábado e a noite do dia seguinte, mas se levanta apressadamente de madrugada (Sl 63,2).
O versículo 1 diz que no primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra havia sido retirada do túmulo. Maria ficou do lado de fora, chorando.
Ainda estava escuro. Escuridão, no Evangelho de João, simboliza não somente a escuridão exterior, mas também interior. O coração de Maria estava no escuro, triste por causa dos últimos acontecimentos.
Maria viu dois anjos que lhe perguntaram: “Por que choras?” Ela respondeu: “Levaram meu Senhor e não sei onde o colocaram”. (Verificamos agora, no Livro dos Cânticos, 3,1-4, a angústia da amada.)
Maria virou-se e viu Jesus, mas pensou que era o jardineiro (referência ao jardim). Perguntou novamente: “Senhor, se foste tu que o levaste, dize-me onde o colocaste, e eu irei buscá-lo”.
Neste momento, se deu o feliz encontro. Jesus pronunciou seu nome, e ela reconheceu o Senhor. Exclamou: “Rabuni” (Mestre).”É a voz do meu amado” ,diz o Cântico (2,8). É a voz do pastor que conhece suas ovelhas, diz João 10,3).
O livro Cântico dos Cânticos termina com uma linda exclamação de amor que é para ler e meditar agora: Ct 8,6-7.
O envio
Jesus disse a Maria: “Vai dizer aos meus irmãos: ”subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. E Maria foi anunciar aos discípulos: “EU VI O SENHOR!”. Maria tornou-se assim a primeira anunciadora da ressurreição.
Anuncio a alegria da ressurreição através de meu testemunho de vida? Posso dizer, como Maria: Eu vi o Senhor, eu ouvi sua voz e ele me chamou pelo nome?
Leia, agora de novo, o texto de João (2,1.11-18). Coloque-se diante do Senhor, como Madalena. Abra seu coração e fale com ele o que lhe brota do coração neste momento. Fique na sua presença, em silêncio, o maior tempo possível.

A Pedra foi revolvida ! O sepulcro estava vazio !”


Pedra revolvida , sepulcro vazio !Significado de um novo tempo para os discípulos de Jesus ! Um novo tempo para nós !
Há esperança para a mãe que ora pelo filho desencaminhado, para a esposa que ora pelo esposo, para o nosso planeta, nossa “casa comum” , que “ geme em dores de parto”, Para o nosso país que parece chafurdado num mar de lama da corrupção da violência e das injustiças sociais !
Sim , a ressurreição renova em nós esta esperança ! Não basta apenas que rezemos , mas que façamos a nossa parte , busquemos a transformação com gestos concretos que gerem mudanças . É preciso a ação de cada um . Por isso a Ressurreição exige de nós um pouco mais . Exige que façamos uma “ passagem “ da vida acomodada para uma vida de ação e gestos que transformam !
É muito importante que o tema da ressurreição esteja vivo dentro de nós, no testemunho de nossa fé, já quem sem a ressurreição a nossa fé será vã.
A mensagem da “pedra revolvida” e do “túmulo vazio” é a mensagem da esperança e da Salvação. Ela continua atual e pode mudar vidas nesse tempo em que nós vivemos.
Se você não puder lembrar muita coisa, lembre-se disto: a pedra foi revolvida, o túmulo estava vazio; os discípulos viram e creram. Jesus está vivo e continua se revelando às pessoas ainda hoje.
É possível que ainda hoje pessoas estejam vivenciando a experiência da pedra que se apresenta como obstáculo; do túmulo que representa a frustração da esperança, o final de um projeto de vida.
A mensagem da ressurreição de Jesus representa a superação do obstáculo, o surgimento da esperança, o nascimento da nova Vida.

terça-feira, 29 de março de 2016

Segunda -feira da oitava da Páscoa

"Segunda-feira do Anjo":


Essa pouco conhecida designação de uma data - o dia que se segue anualmente ao Domingo da Ressurreição (Páscoa) - foi explicada pelo Papa João Paulo II por ocasião do Regina Caeli em 31 de Março de 1997. Apreciemos as palavras do Pontífice, dirigidas à multidão de atentos fiéis reunidos na Praça de São Pedro naquele dia:
Caríssimos Irmãos e Irmãs!
1. Hoje é a Segunda-Feira de Páscoa, tradicionalmente chamada a Segunda- Feira do Anjo porque, no evento extraordinário da Ressurreição, os anjos aparecem, ao lado das mulheres e dos Apóstolos, como protagonistas significativos.
É precisamente um anjo que, do sepulcro vazio, dirige a primeira mensagem às mulheres que ali chegam para completar a inumação do corpo de Jesus. Ele diz-lhes: « Não vos assusteis!" E acrescenta: «Buscais a Jesus de Nazaré, o Crucificado Ressuscitou, não está aqui» (Mc. 16, 6).
Os anjos, além de na Ressurreição, estão presentes com discrição em todos os momentos mais importantes da vida de Jesus. Anunciam o Seu nascimento (cf. Mt. 1, 20; Lc. 1, 26; 2, 9), guiam a Sua fuga para o Egipto e o retorno à Pátria (cf. Mt. 2, 13.19), servem-Lhe de conforto no final das tentações no deserto (cf. Mt. 4, 11) e na hora da paixão (cf. Lc. 22, 43); no fim dos tempos, estarão ao lado do Redentor no momento do Juízo sobre a história e o mundo (cf. Mt. 13, 41).

2.Os anjos, portanto, estão ao serviço dos planos de Deus nos momentos fundamentais da história da salvação. Como enviados de Deus, funcionam como mensageiros da Sua vontade redentora.

Sábado Santo - dia dedicado à Maria Mãe de Deus

No Sábado Santo , após todo sofrimento de Cristo na Cruz , a Igreja volta seu olhar para Maria sua mãe 

Ela se encontra na casa de João. O discípulo amado a levou para lá, após o sepultamento de Jesus, cumprindo uma de suas últimas palavras na cruz: “Mulher, eis aí o teu filho. Filho, eis aí tua Mãe.”
Vamos encontrá-la em um quarto retirado, meditando sobre a vida de seu querido filho. Ela o revê criancinha... Belém...Nazaré... a despedida antes da vida pública...Caná...e outros momentos caros ao seu coração, agora transpassado pela espada de que falara Simeão, quando da apresentação de Jesus no Templo. De fato ela agora é a Senhora das Dores. Tudo quanto ela “conservava em seu coração” e sobretudo o que viu na Paixão, ela revive.
Mas a solidão está cheia de fé e de esperança, do mesmo modo como está cheia de tristeza.
Maria fica de pé em sua fé intacta, inabalável como gostamos de dizer. Ela nunca teve as flutuações, as hesitações da fé dos discípulos.
Seu filho acabou de sofrer. Está terminada a fase dolorosa da redenção.
Maria sabe que a Ressurreição é certa e está próxima. Recorda as palavras pelas quais Jesus anunciou sua Ressurreição.
Já no Calvário ela presenciou a aurora da ressurreição, da vida nova, dos efeitos da redenção através da conversão de Dimas, o ladrão que professou a fé em Jesus; através da declaração do centurião de que verdadeiramente Jesus era justo; através da atitude de todas as pessoas que desciam do monte e voltavam para suas casas batendo no peito em sinal de arrependimento e contrição...
Maria, em seu quarto, recebe os discípulos: Pedro, que chora sua fraqueza; João, que chora um amigo; os demais, que haviam fugido. Um a um eles retornam.