domingo, 23 de dezembro de 2012

O verdadeiro sentido do Natal


Então, caros leitores, estamos há dois dias do Natal. Uma data muito importante do calendário litúrgico.
Natal é nascimento. Não o nascimento de uma pessoa comum. Jesus é o aniversariante. Deve ser dele todas as honras e glórias.
Natal é a história de Deus que se fez menino e se humanizou para vir até nós. Natal é a lembrança do nascimento Daquele que deu sua vida por nós. Celebrar Jesus é celebrar a Salvação..
O verdadeiro significado do Natal é a celebração deste ato de amor incrível.
João 3:16-17 diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.Porque Deus enviou seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”
O natal é uma data festiva sim, pois é um dia para recordarmos o nascimento Daquele que viveu entre nós e que sacrificou a própria vida por nós no Calvário. Sem esse sacrifício não haveria Salvação.
Mas salvar de que? Por que razão? Para que? Podem perguntar alguns desinformados. Preocupamos nós com esse verdadeiro sentido do Natal? Estamos vivendo realmente todos os anos o Santo Natal?
Todo esse clima natalino que vemos nas ruas iluminadas, nas lojas cheias de artifícios para atrair o consumidor, palavras esfuziantes mas ditas automáticamente tornando-as vazias de significado , toda essa magia que nos arrasta pela beleza mas muitas vezes despidas do verdadeiro significado com certeza não interessa à Deus.
Nas luzes artificiais da cidade precisamos enxergar a verdadeira Luz. A Luz em meio às trevas, que muitos relutam em enxergar. Enxergar a verdadeira Luz é compreender o nobre e singelo mistério do nascimento do Salvador. É ouvir sua Palavra e também seguí-la. Porque Natal é conversão. Não tem sentido o Natal se não vivenciarmos o Amor, o desejo de conversão que leva através das ações à transformação de si mesmo e consequentemente transformando a realidade a nosso redor.
Entender que Deus enviou ao mundo seu próprio e único Filho, pelo poder do Espírito Santo, sem intervenção do homem, isso sim é Luz.
Eu vim como Luz para o mundo, a fim de que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. (Jo:12,46)
Eu sou a Luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a Luz da Vida”(Jo: 8-12)
Na troca de presentes, lembremos que Jesus é o nosso maior presente. E ao presentearmos uma pessoa querida seja da família ou uma fraterna amizade, lembremos dos gestos singelos de amor doação naquela noite Santa. Os Reis magos, pastores, animais da gruta, todos tiveram algo a oferecer ao Menino Deus. Ofereçamos também nossa vida.
Guiados por essa simbologia permitamos que Jesus faça parte de nossa vida entregando a Ele nosso coração e nossa vida como presente e façamos o propósito de quem se preocupa com o próximo e a ele também se doa em amor e solidariedade.
E que ao nos abraçarmos , beijarmos e nos confraternizarmos que seja realmente com sinceridade e amor, naõ apenas palavras vazias destituidas do verdadeiro significado natalino.
Meus votos , para você caro leitor , é que realmente possa ser alcançado por essa Luz.
A Luz de Cristo que deve brilhar por todos os dias do novo ano que está para chegar.

Infelizmente muitos celebram um Natal pagão onde  Jesus Cristo fica excluído.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Uma ilustre visita

"Eis que estou à porta e bato"

Ruth olhou em sua caixa de correio, mas só havia uma carta. Pegou-a e olhou-a antes de abri-la. Logo parou para observar com mais atenção. Não havia selo nem marcas do correio, somente
seu nome e endereço.
Ela decidiu ler a carta:
“Querida Ruth. Estarei próximo de sua casa, no sábado
à tarde, e passarei para visitá-la.
Com amor, Jesus.”
- Porque o Senhor vai querer visitar-me? Não sou ninguém especial, não tenho nada para oferecer-lhe... - pensou. Terei que ir ao mercado e comprar alguma coisa para o jantar.
Ruth abriu a carteira e colocou o conteúdo sobre a mesa: R$ 5,40.
-Bom, comprarei pão e alguma outra coisa, pelo menos.
Ruth colocou um abrigo e se apressou em sair.
- Um pão francês e uma caixa de leite...!
Ruth ficou somente com R$ 0,12 que deveriam durar até a segunda-feira. Mesmo assim, sentiu-se bem e saiu a caminho de casa, com sua humilde compra debaixo de um dos braços.
- Olá, senhora, pode nos ajudar?
Ruth estava tão distraída pensando no jantar, que não viu as duas pessoas que estavam de pé no corredor.
Um homem e uma mulher, os dois vestidos com pouco mais que farrapos.
- Minha mulher e eu temos vivido ali fora na rua, está fazendo frio e estamos sentindo fome. Se a senhora pudesse nos ajudar...
Ruth olhou para eles com mais cuidado.
Estavam sujos e tinham mau cheiro e, francamente, ela estava segura de que eles poderiam
conseguir algum emprego
se realmente quisessem.
- Senhor, eu queria ajudar, mas eu mesma sou uma mulher
pobre.
Tudo que tenho são umas fatias de pão, mas receberei um hóspede importante para esta noite e planejava servir isso a Ele.
- Sim, bom, sim senhora, entendo... De qualquer maneira, obrigado - respondeu o homem.
Ao vê-los saindo, Ruth sentiu um forte pulsar em seu coração.
- Senhor, espere!
O casal parou e voltou à medida que Ruth corriacompara
eles e os alcançava na rua.
- Olhem, querem aceitar este lanche? Conseguirei algo para servir ao meu convidado - dizia Ruth, enquanto
estendia a mão, com o pacote do lanche.
- Obrigado, senhora, muito obrigado.
- Obrigada, disse a mulher.
Foi aí que Ruth pôde perceber que a mulher tremia
de frio.
- Sabe, tenho outro casaco em minha casa, tome este - ofereceu Ruth.
Ela desabotoou o próprio casaco e o colocou sobre os ombros da mulher.
Sorrindo, voltou a caminho de casa... sem casaco e sem nada para servir a seu convidado.
- Obrigado, senhora, muito obrigado - despediu-
se, agradecido, o casal.
Ruth estava tremendo
de frio quando chegou à porta de casa. Agora não tinha nada para oferecer ao Senhor.
Notou outra carta na caixa de correio que dizia assim:
“Querida Ruth. Foi bom vê-la novamente.
Obrigado pelo delicioso lanche e pelo esplêndido casaco.
Com amor, Jesus.”

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Minha árvore de Natal

Quisera
 Senhor, 
neste   Natal
armar  uma ár- 
vore   dentro   do 
meu  coração e  nela 
pendurar,   em   vez  de 
presentes,  os  nomes  de 
todos  os meus  amigos!  
Os 
amigos de longe e de perto. Os 
antigos e os mais recentes. Os que 
 vejo cada dia e os que raramente encon- 
tro.Os sempre lembrados e os que, às vezes, 
ficam esquecidos.Os  constantes  e os  intermi- 
tentes.
Os das horas difíceis e os das horas alegres. 
Os que, sem querer, eu magoei ou, sem querer,me ma- 
goaram.Aqueles a quem conheço profundamente e aqueles 
de  quem não   me são  conhecidas a  não  ser as  aparências. 

Os que pouco me  devem e  aqueles a  quem  muito devo.
Meus amigos jovens e meus amigos velhinhos.Meus amigos
 homens feitos e as crianças, minhas amiguinhas.
  Meus amigos  humildes e meus amigos importantes.

Os nomes de todos os que
 já passaram pela minha 
 vida. Aqueles a quem eu
 conheços em me conhecerem e 
aqueles que me conhecem sem eu os 
conhecer. 
Que me admiram e 
me estimam sem eu saber, que eu estimo 
e admiro sem lhes dar a entender.

Uma árvore de   raízes 
 muito profundas,para que os seus nomes
 nunca mais sejam arrancados do meu coração. 
De ramos  muito  extensos 
para que  novos nomes, vindos de  todas as  partes, 
 venham juntar-se aos existentes.  
De sombra  muito 
  agradável para que nossa amizade 
seja um momento 
de  repouso  nas lutas  
da vida.  
 
 
 
Que as alegrias e bênçaos deste Natal perdurem para sempre. 
Um abençoado e Santo Natal a todos !


quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Natal solidario com os idosos

A solidariedade estendeu-se também aos idosos. Nossos agradecimentos a todos aqueles que não mediram esforços para que esse evento se realizasse.

 "A vida é feita para explodir, para ir mais longe. Se ela permanece apertada em seus limites, não pode florescer; se a conservamos só para nós mesmos, a sufocamos. a vida é radiosa, quando se começa a doá-la. Viver somente a própria vida é asfixiante"
















terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Natal solidário com crianças

Quando o natal se aproxima, o espírito solidário costuma se revigorar. A data sensibiliza as pessoas criando um cenário que deveria existir durante o ano inteiro. Impossível chegar a uma data como essa sem olhar ao nosso redor e refletir sobre o nosso irmão. É impossível fechar os olhos para a dor de tantos.. Muitos nem sabem que o Natal existe.
A solidariedade é, sem dúvida, a forma maior de expressar o amor pelo irmão .
"Amai-vos uns aos outro como eu vos amei", é o mandamento de Cristo
O Natal solidário vem acontecendo já há alguns anos em minha cidade, e a cada ano conquista mais adeptos.
 A ideia é  promover um pouco mais de assistência aos menos favorecidos através da arrecadação de  alimentos, brinquedos e vestuário.
 Não há dúvida que o sucesso da campanha depende do coração generoso e solidário de cada um e com essa generosidade podemos sempre contar.
Quando somos solidários os benefícios são recíprocos.  Há uma troca de emoções e impressões. Se os assistidos sentem-se felizes por receber, dar também é muito gratificante. Quando nos mobilizamos por alguem é por nós mesmos que nos mobilizamos em primeiro lugar.
Faz-nos sentir mais humanos, a repensar valores a olhar para o outro e para a vida  com um novo olhar.

 "A solidariedade é sem sombra de dúvidas, a forma maior de alguem expressar o seu amor."

 "Ninguem é tão rico que não precise de ajuda e nem tão pobre que não possa ajudar"
Natal solidário com crianças e pais da Pastoral da Criança.












              

18 de dezembro; 3ª terça feira do advento


Evangelho (Mt 1,18-24): Ora, a origem de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José e, antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo. José, seu esposo, sendo justo e não querendo denunciá-la publicamente, pensou em despedi-la secretamente.
Mas, no que lhe veio esse pensamento, apareceu-lhe em sonho um anjo do Senhor, que lhe disse: «José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa; o que nela foi gerado vem do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho, e tu lhe porás o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados». Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo profeta: «Eis que a virgem ficará grávida e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que significa: Deus-conosco». Quando acordou, José fez conforme o anjo do Senhor tinha mandado e acolheu sua esposa.
Comentário: Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)


José, Filho de Davi, não tenhas receio de receber Maria, tua esposa
Hoje, a liturgia da palavra convida-nos a considerar o maravilhoso exemplo de São José. Ele foi extraordinariamente sacrificado e delicado com sua noiva Maria.

Não há dúvidas de que ambos eram excelentes pessoas, apaixonados como nenhum outro casal. Mas, também temos que reconhecer que o Altíssimo quis que seu amor esponsalício passasse por circunstâncias muito exigentes.

O Papa João Paulo II escreveu, que «O cristianismo é a surpresa de um Deus que saiu ao encontro da sua criatura». De fato, foi Ele quem tomou a “iniciativa”; para vir a este mundo, não esperou que tivéssemos merecimentos. Apesar de tudo, Ele propõe, não impõe: quase —diríamos — nos pede “licença”. A Santa Maria propôs — não lhe impôs!— a vocação de Mãe de Deus: «Ele, que tinha o poder de criar tudo a partir de nada, negou-se a refazer o que tinha sido profanado se Maria não participasse» (Santo Anselmo)

Mas Deus não só nos pede licença, mas também contribuição para seus planos, e contribuição heróica. E assim foi o que aconteceu com Maria e José. Em resumo, o Menino Jesus necessitou ter pais. Mais ainda: Necessitou o heroísmo de seus pais, que tiveram que se esforçar muito para defender a vida do “pequeno Redentor”.

O mais bonito é que Maria revelou poucos detalhes do seu parto: um fato tão emblemático está relatado só em dois versículos (cf. Lc 2,6-7). Porém, foi mais explícita ao falar da delicadeza que seu esposo José teve com Ela. O fato foi que «antes de passarem a conviver, ela encontrou-se grávida pela ação do Espírito Santo» (Mt 1,18) e, para não infamá-la, José teria preferido desaparecer discretamente e renunciar ao seu amor (circunstância que a desfavorecia socialmente). Dessa maneira, antes de ter sido promulgada a lei da caridade, São José já a praticou: Maria (e o tratamento justo com ela) foi sua lei.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Semeando alegria pela chegada do Senhor no meio de nós

O terceiro domingo do Advento é conhecido como o “Domingo da Alegria”
A chegada do Senhor no Natal provoca em nós uma profunda Alegria.
Toda a liturgia deste domingo é voltada para alegria pela chegada do Senhor Jesus.
“Não tenhas medo , Sião... O Senhor < teu Deus, está no meio de ti, como poderoso Salvador...” ( Leitura da profecia de Sofonias)
A fonte da alegria cristã é a certeza de que Deus nos ama e está no meio de nós, porque é grande em vosso meio o Deus santo de Israel...” (Is 12,6)

Paulo também recomenda aos filipenses “ALEGRIA”, num momento em que eram perseguidos e ele próprio estava na prisão. “Alegrai-vos sempre no Senhor, repito, alegrai-vos...” (Fl 4,4-7)
A Alegria cristã é sinal visível da presença do ressuscitado na comunidade.
No evangelho, João Batista anuncia Alegria pelo Salvador que vem. mas também está preocupado com os pecado, que pode manchar essa alegria. e exorta todos à conversão. ( Lc 3, 10-18)
Para quem quiser fazer a experiência da conversão e do encontro com o Senhor que vem aponta 3 atitudes bem concretas:

  • Solidariedade e partilha com os necessitados: “Quem tem 2 túnicas, comida... reparta”
Não nos desculpemos dizendo que não temos nada para dar. Abramos mão do excesso , do supérfluo e do desperdício em favor do próximo.
Além de bens materiais , será que não podemos dar um sorriso, um gesto de amizade, um momento de escuta, uma visita solidária?
  • Também é recomendado fugir da ganância, do consumismo exagerado, a praticar a justiça e a honestidade
  • fugir da prática da violência quer física , moral ou verbal. Não abusar do cargo e do poder, uma prática muito visível nos dias de hoje onde considera-se que “ o mundo é dos espertos” Ou “quem pode mais , chora menos”. Um mundo onde Deus parece “encaixotado “ e tudo é permitido .
E nós, estamos prontos para essa verdadeira ALEGRIA” do Natal.
  • Como estamos criando um verdadeiro “clima de Natal” em nossas casas?
  • Como será nosso Natal?
  • Já sabemos a roupa nova que vamos vestir, os presentes já estão comprados. O cardápio da ceia já está montado
  • Nossa árvore natalina reluz majestosa num canto da sala
  • Temos a presença do Papai Noel
  • Mas, temos também , e com prioridade a presença do Deus Menino?
  • Já preparamos nossa casa com todo esmero. Mas preparamos também nosso coração?
  • Os familiares já estão convidados para a ceia. Mas, e o “aniversariante”?
Vamos dar testemunho dessa alegria?
  • Será que nossas comunidades são espaços onde se nota a alegria e o Amor pela presença de Deus?
  • Estamos semeando ao nosso redor Alegria oou desânimo, falta de esperança?
Semear alegria e esperança são gestos concretos de conversão em preparação para o Natal.



domingo, 16 de dezembro de 2012

Dia Litúrgico: Domingo III (C) do Advento


Evangelho (Lc 3,10-18): As multidões lhe perguntavam: «Que devemos fazer?» João respondia: «Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!» Até alguns publicanos foram para o batismo e perguntaram: «Mestre, que devemos fazer?» Ele respondeu: «Não cobreis nada mais do que foi estabelecido». Alguns soldados também lhe perguntaram: «E nós, que devemos fazer?» João respondeu: «Não maltrateis a ninguém, nem tomeis dinheiro à força; não façais denúncias falsas e contentai-vos com o vosso salário».
Como o povo estivesse na expectativa, todos se perguntavam interiormente se João era ou não o Cristo, e ele respondia a todos: «Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desatar a correia das suas sandálias. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Ele traz a pá em sua mão para limpar a eira, a fim de guardar o trigo no celeiro; mas a palha, ele queimará num fogo que não se apaga». Assim e com muitas outras exortações, João anunciava ao povo.
Virá aquele que é mais forte do que eu
Hoje a Palavra de Deus apresenta-nos, no Advento, o Santo Precursor de Jesus Cristo: São João Batista. Deus Pai dispôs preparar a vinda, quer dizer, o Advento, de seu Filho em nossa carne, nascido da Maria Virgem, «Muitas vezes e de muitos modos», como diz o início da Carta aos Hebreus (1,1). Os patriarcas, os profetas e os reis prepararam a vinda de Jesus.
«Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele». Ele, diante disso, que não pôde ignorar, é um modelo de humildade: «Eu não sou digno de desatar a correia de as suas sandálias» (Lc 3,16), nos disse hoje. E, segundo São João (3:30): «É necessário que ele cresça, e eu diminua».

Escutemos hoje sua palavra, que nos exorta a compartilhar o que temos e a respeitar a justiça e a dignidade de todos. Preparemo-nos assim para receber Aquele que vem agora para nos salvar e, virá de novo a «julgar os vivos e os mortos».

sábado, 15 de dezembro de 2012

Liturgia do 2º sábado do Advento


Evangelho (Mt 17,10-13): Descendo Jesus da montanha com eles, os discípulos perguntaram a Jesus: «Por que os escribas dizem que primeiro deve vir Elias?» Ele respondeu: «Sim, Elias vem; e porá tudo em ordem. E eu vos digo mais: Elias já veio, e não o reconheceram. Pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem será maltratado por eles». Então os discípulos compreenderam que ele lhes havia falado de João Batista.

Comentário: Rev. D. Xavier SOBREVÍA i Vidal (Sant Boi de Llobregat, Barcelona, Espanha)
Elias já veio, e não o reconheceram. Pelo contrário, fizeram com ele tudo o que quiseram
Hoje, Jesus conversa com os discípulos, enquanto desce da montanha, onde tinham vivido a Transfiguração. O Senhor não aceitou a proposta de Pedro para ficar aí e, desce respondendo às perguntas dos discípulos. Estes, que acabam de participar por breves instantes da glória de Deus, estão surpreendidos e não compreendem que já tenha chegado o Messias, sem que o profeta Elias tenha vindo primeiro preparar a sua vinda.

Acontece que a preparação já se tinha realizado: «Eu vos digo mais: Elias já veio» (Mt 17,12): João Batista preparou o caminho. Mas os homens do mundo não reconhecem os profetas de Deus, nem os poderosos da Terra reconhecem a divindade de Jesus Cristo.

É preciso um olhar novo e um coração novo para reconhecer os caminhos de Deus e responder com generosidade e alegria ao chamamento exigente dos seus enviados. Nem todos estão dispostos a entendê-lo e, menos ainda, a vivê-lo. Senão também, as nossas vidas e os nossos projetos podem estar em oposição à vontade de Deus. Uma oposição que pode até converter-se em luta e rejeição do nosso Pai do Céu.

Precisamos descobrir o amor intenso que guia os desígnios de Deus quanto a nós e, se formos conseqüentes com a fé e a moral que Jesus nos revela, não estranharemos os maus-tratos, as difamações e as perseguições. É que, estar no bom caminho, não nos evita as dificuldades e Ele ensina-nos a continuar, apesar do sofrimento.

À Mãe de Jesus, Rainha dos Apóstolos, pedimos que interceda para que a ninguém faltem amigos que, como os profetas, anunciem a Boa Nova da salvação que nos traz o nascimento de Jesus Cristo. Temos a missão, você e eu, de fazer com que este Natal seja vivido mais cristãmente pelas pessoas que encontraremos no nosso caminho.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Encerrando as atividades catequéticas do ano de 2012.


Aqui em minha paróquia as atividades de catequese estão sendo encerradas durante esta semana de 10 a 14 de dezembro.
O que posso dizer de minha catequese de Crisma I durante esse ano?
Bem, fazendo uma avaliação geral considero o ano frutuoso. Claro que dificuldades tivemos sim. Todos sabemos como é difícil prender a atenção dos jovens nos dias de hoje. O mundo oferece tantas facilidades com aparente caminho fácil que por vezes o jovem sente-se mais atraído por ele do que pelos ensinamentos de Jesus Cristo.
Aí é que o catequista se sobressai pela perspicácia , discernimento e sabedoria em saber manter encontros dinâmicos e agradáveis onde o jovem exerça sua livre liberdade de expressão. O jovem precisa sentir-se confiante e captar firmeza sem autoritarismo de seu catequista.
É compreender o jovem, ouvi-lo, prestar atenção em suas atitudes . Muitas vezes um comportamento de indisciplina esconde por trás um sério problema familiar ou qualquer outro com o qual se debate no momento. Daí sua irascibilidade.
Esta fase pré-adolescente é uma fase em que o jovem está procurando seu lugar na família, na comunidade e ,porque não dizer, na sociedade.
Muitas vezes a fé vacila e ele sente-se inseguro, desprotegido. A confiança que o catequista lhe passa através da autenticidade de sua fé é fundamental para o jovem manter-se fiel na sua busca e experiência com Jesus Cristo.
Esta é a missão do catequista: anunciar Jesus Cristo como salvador da humanidade. Aquele que ama e perdoa. Aquele que compreende e nos acolhe com carinho, sempre.
O catequista orienta o jovem na fé, mostra-lhe o caminho guiado pela Palavra de Deus.
Ajuda o jovem a crescer e amadurecer na fé.
O caminho é árduo, visto que faz parte do temperamento juvenil o questionamento, a dúvida, a intolerância.
Manter a presença do catequizando nos encontros, já é uma grande conquista. Isto pode significar que o encontro lhe atraí. A presença do catequista lhe é agradável. Aproveite sua presença, valorize-o, acolha-o com carinho. Enquanto ele estiver a seu alcançe, tudo é possível!
Não nos desanimemos com essas dificuldades. Vamos lançando as sementes na certeza de que o terreno é fértil, embora muitas vezes não aparente.
Precisamos colocar crédito nos nossos jovens e crianças e depositar nelas a esperança de que vivam compromissadas com Jesus Cristo , tornando-se cristãos adultos e maduros.
Desejamos que todos perseverem na fé e que , no próximo ano, façam parte da turma de CrismaII, completando-se assim a sua formação que culminará com o Sacramento do Crisma.

Fizemos uma pequena confraternização de encerramento com duas turmas de Crisma na casa de uma catequizanda. Vejam alguns flashes:
o que será que ela ganhou?..

momento revelação : amigo secreto


Precisa dizer quem é quem ? ora, eu e minha amiga Sílvia...

Minha turma à esquerda  e a da Sílvia à direita  juntas. Linnndos...

Olha aí a minha turminha! Não são umas fofas? Já estou com saudades...


Sexta feira da 2ª semana do advento


Evangelho (Mt 11,13-19): Naquele tempo, Jesus disse: «Com quem vou comparar esta geração? É parecida com crianças sentadas nas praças, gritando umas para as outras: ‘Tocamos flauta para vós, e não dançastes. Entoamos cantos de luto e não chorastes!’ Veio João, que não come nem bebe, e dizem: ‘Tem um demônio’. Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘É um comilão e beberrão, amigo de publicanos e de pecadores’. Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras».
Comentário: Rev. D. Antoni CAROL i Hostench (Sant Cugat del Vallès, Barcelona, Espanha)


Com quem vou comparar esta geração?
Hoje devemos remover-nos diante do suspiro do Senhor: «Com quem vou comparar esta geração?» (Mt 11,16). Jesus fica aturdido com nosso coração, muitas vezes inconformista e desagradecido. Nunca estamos contentos; sempre nos queixamos. Inclusive nos atrevemos a acusá-lo e a culpá-lo daquilo que nos incomoda.

«Mas a sabedoria foi reconhecida em virtude de suas obras» (Mt 11,19): basta contemplar o mistério do Natal.
E nós?; Como é a nossa fé? Será que com essas queixas tratamos de encobrir a ausência de nossa resposta? Boa pergunta para o tempo do Advento!
Deus vem ao encontro do homem, mas o homem —particularmente o homem contemporâneo¬— se esconde Dele. Alguns lhe têm medo, como Herodes. Outros, incluso, lhes molesta sua simples presença. «Fora! Fora! Crucifica-o!» (Jo 19,15). Jesus é o Deus-que-vem» (Bento XVI) e nos parecemos “o homem-que-se-vai”: «Ele veio para o que era seu, mas os seus não o acolheram» (Jo 1,11).

Comentário: Rev. D. Pere GRAU i Andreu (Les Planes, Barcelona, Espanha)
«Preparai o caminho do Senhor, endireitai as veredas para ele» (Mc 1,3), anunciado no domingo II do Advento (ciclo B). Vigiai as condutas sociais! É o que nos vem a dizer hoje. É como se nos quisesse dizer: «não ponhais dificuldades à comunicação amorosa de Deus».

Temos de polir o nosso caráter. Temos de reconstruir nossa maneira de atuar. Tudo aquilo que, em definitiva, falseia nossa responsabilidade: o orgulho, a ambição, a vingança, a dureza de coração, etc. Aquelas atitudes que nos fazem deuses do poder no mundo, sem querer reconhecer que não somos os senhores do mundo. Somos uma pequena parte dentro da extensa história da Humanidade.

Os discípulos de João experimentavam a purificação dos seus erros. Nós, os discípulos de Jesus, nosso Amigo, podemos viver a insuperável experiência da purificação de todo aquilo que é pecado, com esperança de vida eterna: Outro Natal!

Renovemos nosso diálogo com Ele. Façamos nossa oração de esperança e amor, sem fazer caso do barulho mundano que nos rodeia. 13/12/12 05:51:07

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Dia Litúrgico: Quinta-feira da 2ª semana do Advento

Evangelho (Mt 11,11-15): Naquele tempo, Jesus disse: «Em verdade, eu vos digo, entre todos os nascidos de mulher não surgiu quem fosse maior que João Batista. No entanto, o menor no Reino dos Céus é maior do que ele. A partir dos dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos procuram arrebatá-lo. Pois até João foi o tempo das profecias — de todos os Profetas e da Lei. E, se quereis aceitar, ele é o Elias que há de vir. Quem tem ouvidos, ouça».
Comentário: Rev. D. Ignasi FABREGAT i Torrents (Terrassa, Barcelona, Espanha)

O Reino dos Céus sofre violência, e violentos procuram arrebatá-lo
Hoje, o Evangelho nos fala de São João Batista, o Precursor do Messias, aquele que veio preparar os caminhos do Senhor. Também a nós, ele nos acompanhará desde hoje até o dia dezesseis, dia que acaba a primeira parte do Advento.

João é um homem firme, que sabe o quanto as coisas custam, é consciente de que há de se lutar para melhorar e ser santo, e por isso Jesus exclama: «A partir dos dias de João Batista até agora, o Reino dos Céus sofre violência, e violentos procuram arrebatá-lo» (Mt 11,12). Os “violentos” são os que se fazem a si mesmos a violência: —Eu me esforço para crer que o Senhor me ama? Eu me sacrifico para ser “pequeno”? Eu me esforço para ser consciente e viver como um filho do Pai?

Santa Teresinha de Lisieux se refere também a estas palavras de Jesus dizendo algo que pode nos ajudar na nossa conversa pessoal e intima com Jesus: «Ó pobreza, meu primeiro sacrifício, até a morte por toda à parte me seguirás, pois eu sei que para correr no estádio, o atleta tem de despojar-se de tudo. Provai, mundanos, o remorso e a pena, esses frutos amargos da vossa vaidade; alegremente, eu acolho na arena, as palmas da Pobreza». —E eu, porque reclamo quando me dou conta de que me falta alguma coisa que considero necessária? Tomara que eu veja, nos diversos aspectos da minha vida, tão claramente como a Doutora!

De uma forma enigmática Jesus nos diz hoje também: «João (...) é o Elias (...). Quem tem ouvidos, ouça» (Mt 11,14-15). O que quer dizer? Quer nos aclarar que João era verdadeiramente o precursor, quem finalizou a mesma missão do Elias, conforme a crença que existia naquele então, de que o profeta Elias teria que voltar antes do Messias.

Quarta feira da 2ª semana do advento



Evangelho (Mt 11,28-30): Naquele tempo,respondendo Jesus, disse: «Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vós. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve».
Vinde a mim, todos vós que estais cansados e carregados de fardos, e eu vos darei descanso”
Hoje, acaba o ciclo de leituras semanais que tem como protagonista o profeta Isaías. Ele nos faz ver que a atualidade da vinda do Messias foi anunciada profeticamente.

Esperar o regresso do Senhor, seu “adventus”, exige do cristão um claro propósito de não desfalecer, aconteça o que acontecer até então. Porque não podemos ignorar que a espera nem sempre resulta ligeira, e se pode chegar a pensar que, de fato, considerando a própria fraqueza, não se alcançará a perseverança de uma vida cristã com tenacidade. A tentação do desânimo está sempre perto de nós que somos fracos por natureza.

Também pode nos trair o esquecimento de que o Reino vai abrindo passagem, sobretudo pela vontade de Deus, apesar das resistências dos que não temos uma “determinação determinada”, suficientemente decidida, para buscá-lo acima de tudo e com absoluta prioridade. Muitas vezes nos lamentamos do nosso cansaço: refletimos um pouco e damo-nos conta dos poucos resultados obtidos e, sem o poder evitar, sai-nos da alma uma queixa dirigida ao Senhor, mais ou menos explicita, perguntando-lhe como é que não nos ajudou o suficiente, como é possível que não tenha reparado no trabalho que realizamos. Aqui está nosso pecado! Convertemos Deus em nosso ajudante, ao invés de compreender que a iniciativa é sempre dele e que é dele o esforço principal.

Isaías, nesta perspectiva escatológica que marca as primeiras semanas do Advento, nos lembra quanto é grande e irresistível o poder do Senhor.

Em Jesus Cristo vemos cumprirem-se estas palavras do Profeta. «Vinde a mim (...) e encontrareis descanso» (Mt 11,28). No Senhor, no seu coração amoroso, todos encontramos o descanso necessário e a força para não desfalecer e, assim, poder esperá-lo com uma renovada caridade, enquanto nossa alma não cessa de O bendizer e nossa memória não esquece seus favores.


13/12/12 05:17:47

Jesus, o presente perfeito!


"Da parte de Deus o presente está dado. Como vamos recebê-lo?
Preparemos nossos corações!"

Com o mês de dezembro vem o Natal e os ritos festivos que são próprios desta data.
Estamos vivendo a alegria de saber que Deus nos enviou o que tinha de mais importante: Seu Filho JESUS que se fez homem e habitou entre nós pecadores.
JESUS, o presente perfeito do Pai, é a maior prova de amor que Deus poderia nos dar.

Na gruta de Belém presentes são trocados:
  • É Jesus que se faz presente no meio de nós, presente do Pai.
  • É Maria que se apresenta gratuitamente como mãe
  • É José que se oferece como Pai , provedor da Sagrada família.
  • Os reis Magos e os pastores também se fizeram presentes e a ELE ofereceram seus dons.
Homens grandes de coração simples e homens simples de coração grande.

No céu os Anjos cantaram:”Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados”
A noite se iuluminou de Estrelas especiais a indicar o caminho onde se encontrava o recém-nascido
O galo cantou.
O boi e o burro não dormiram naquela madrugada porque a noite era grande e bonita demais para se ter sono. E também se doaram aquecendo o ambiente com sua respiração quente.
A neve fecundou o chão donde brotaram sementes prenhes de vida para ser presente em flor e fruto.

Repare nos elementos dessa Noite Santa: tudo remete a uma simplicidade ímpar! Noite que nos fala de Amor...Doação... Partilha... Fraternidade...
Noite perfeita! Noite Santa! Noite mágica!
Noite cujo encanto perpetua até hoje e perpetuará sempre que houver disponibilidade para dar e receber.

Da parte de Deus o Presente está dado.
O Senhor está prá chegar!
Convertamos nosso coração, arrumemos a nossa casa interior. Fiquemos vigilantes e atentos.
Busquemos estar em oração na intimidade com Deus e a partir dessa intimidade ir ao encontro do próximo praticando o Amor e a Caridade.
Sinta-se presenteado e seja um presente para o irmão.
Assim a festa da vida continuará.


No Menino Jesus, Deus se fez dependente, necessitado do Amor de pessoas humanas, reduzido à condição de pedir o seu, o nosso Amor.
Peçamos ao Senhor que nos ajude a alongar o olhar através das fachadas lampejantes deste tempo até encontrar, para além delas, o Menino no estábulo de Belém e assim, descobrir a autêntica alegria e a verdadeira luz”.

Papa Bento XVI, Missa de Natal, Basílica de São Pedro
dez/2011

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Como Falar de Deus no mundo de hoje?

 Vejam que texto interessante eu encontrei no blog catequizar com jesus de rodrigo boechaat. É um texto grande, mas que vale a pena ser lido.
Com um óuco de paciência vc chegará ao final da leitura e sairá plenamente satisfeito e enriquecido com as palavras do Santo papa.


Como falar de Deus no mundo de hoje?


28.11.2012 - Cidade do Vaticano: Nesta chuvosa quarta-feira de outono, o encontro semanal do Pontífice com os fiéis se realizou na Sala Paulo VI, no Vaticano. Como é tradição, o Papa leu a sua reflexão em italiano, e na sequência, resumiu o texto em várias línguas. Prosseguindo a série sobre o Ano da Fé, a questão principal da audiência foi “Como falar de Deus no mundo de hoje?”.

Caros irmãos e irmãs,

A pergunta central que hoje nos fazemos é a seguinte: como falar de Deus no nosso tempo? Como comunicar o Evangelho, para abrir estradas na sua verdade salvífica nos corações sempre fechado dos nossos contemporâneos e na mente deles tantas vezes distraídas por tantos estímulos da sociedade?

O próprio Jesus, dizem-nos os Evangelistas, no anunciar do Reino de Deus se perguntou sobre isto: “A que podemos comparar o reino de Deus e com que parábola podemos descrevê-lo?” (Mc 4,30). Como falar de Deus hoje?

A primeira resposta é que nós podemos falar de Deus, porque Ele falou conosco. A primeira condição para falar de Deus é também a escuta de quanto disse o próprio Deus. Deus falou conosco! Deus não é uma hipótese distante sobre a origem do mundo; não é uma inteligência matemática muito distante de nós. Deus se interessa por nós, nos ama, entrou pessoalmente na realidade da nossa história, se auto-comunicou até encarnar-se.

Então, Deus é uma realidade da nossa vida, é tão grande que tem também tempo para nós, ocupa-se de nós. Em Jesus de Nazaré nós encontramos a face de Deus, que desceu do seu Céu para imergir-se no mundo dos homens, no nosso mundo, e ensinar a “arte de viver”, o caminho da felicidade; para libertar-nos do pecado e tornar-nos filhos de Deus (cfr Ef 1,5; Rm 8,14). Jesus veio para salvar-nos e mostrar-nos a vida boa do Evangelho.

Falar de Deus quer dizer antes de tudo ter bem claro isso que devemos levar aos homens e às mulheres do nosso tempo: não um Deus abstrato, uma hipótese, mas um Deus concreto, um Deus que existe, que entrou na história e está presente na história; o Deus de Jesus Cristo como resposta à pergunta fundamental do porquê e do como viver. Por isto, falar de Deus requer uma familiaridade com Jesus e o seu Evangelho, pressupõe uma nossa pessoal e real consciência de Deus e uma forte paixão pelo seu projeto de salvação, sem ceder à tentação do sucesso, mas seguindo o método do próprio Deus.

O método de Deus é aquele da humildadeDeus se faz um de nós – é o método realizado na Encarnação na simples casa de Nazaré e na gruta de Belém, aquela da parábola do grão de mostarda. Não devemos temer a humildade dos pequenos passos e confiar no fermento que penetra na massa e lentamente a faz crescer (cfr Mt 13,33).

No falar de Deus, na obra de evangelização, sob a orientação do Espírito Santo, é necessária uma recuperação da simplicidade, um retornar ao essencial do anúncio: a Boa Notícia de um Deus que é real e concreto, um Deus que se interessa por nós, um Deus-Amor que se faz próximo de nós em Jesus Cristo até a Cruz e que na Ressurreição nos doa a esperança e nos abre a uma vida que não tem fim, a vida eterna, a vida verdadeira.

Aquele excepcional comunicador que foi o apóstolo Paulo nos oferece uma lição que vai direto ao centro da fé do problema “como falar de Deus” com grande simplicidade. Na Primeira Carta aos Coríntios escreve: “Quando cheguei no meio de vós, não me apresentei para anunciar o mistério de Deus com excelência da palavra ou de sabedoria. Decidi, na verdade, não dever saber coisa alguma no meio de vós senão Jesus Cristo, e Cristo crucificado” (2,1-2).

Então a primeira realidade é que Paulo não fala de uma filosofia que ele desenvolveu, não fala de ideais que encontrou em qualquer lugar ou inventou, mas fala de uma realidade da sua vida, fala do Deus que entrou na sua vida, fala de um Deus real que vive, falou com ele e falará conosco, fala de Cristo crucificado e ressuscitado.

A segunda realidade é que Paulo não busca a si mesmo, não quer criar um time de admiradores, não quer entrar na história como chefe de uma escola de grande conhecimento, não busca a si próprio, mas São Paulo anuncia Cristo e quer ganhar as pessoas para o Deus verdadeiro e real. Paulo fala somente com o desejo de querer pregar aquilo que entrou na sua vida e que é a verdadeira vida, que o conquistou no caminho para Damasco.

Então, falar de Deus quer dizer dar espaço Àquele que se faz conhecer, que nos revela a sua face de amor, quer dizer expropriar o próprio eu oferecendo-o a Cristo, na consciência de que não somos nós a poder ganhar os outros para Deus, mas devemos conhecê-los pelo próprio Deus, para invocá-lo. O falar de Deus nasce também da escuta, do nosso conhecimento de Deus que se realiza na familiaridade com Ele, na vida da oração e segundo os Mandamentos.

Comunicar a fé, para São Paulo, não significa trazer a si mesmo, mas dizer abertamente e publicamente aquilo que viu e sentiu no encontro com Cristo, quanto experimentou na sua existência ora transformada pelo encontro: é trazer aquele Jesus que sente presente em si mesmo e tornou-se o verdadeiro sentido da sua vida, para fazer entender a todos que Ele é necessário para o mundo e é decisivo para a liberdade de cada homem.

O Apóstolo não se contenta de proclamar as palavras, mas envolve toda a própria existência na grande obra da fé. Para falar de Deus, é preciso dar-lhe espaço, na confiança de que é Ele que age na nossa fraqueza: dar-lhe espaço sem medo, com simplicidade e alegria, na convicção profunda de que quanto mais colocamos no centro Ele e não nós, mais a nossa comunicação será frutífera.

E isto vale também para a comunidade cristã: esses são chamados a mostrar a ação transformadora da graça de Deus, superando individualismos, fechamento, egoísmos, indiferença e vivendo na relação cotidiana o amor de Deus. Perguntemo-nos se são realmente assim as nossas comunidades. Devemos colocar-nos de modo a tornar-nos sempre e realmente assim, anunciadores de Cristo e não de nós mesmos.

Neste ponto, devemos perguntar-nos como comunicava o próprio Jesus. Jesus na sua singularidade fala de seu Pai – Abbá – e do Reino de Deus, com o olhar repleto de compaixão pelos inconvenientes e dificuldades da existência humana. Fala com grande realismo e, direi, o essencial do anúncio de Jesus é que torna transparente o mundo e a nossa vida vale para Deus.

Jesus mostra que no mundo e na criação aparece a face de Deus e nos mostra como nas histórias cotidianas da nossa vida Deus está presente. Seja nas parábolas da natureza, o grão de mostarda, o campo com diversas sementes, ou na nossa vida, pensamos na parábola do filho pródigo, de Lázaro e em outras parábolas de Jesus.

Dos Evangelhos vemos como Jesus se interessa por cada situação humana que encontra, se emerge na realidade dos homens e das mulheres do seu tempo, com uma confiança plena na ajuda do Pai. E que realmente nesta história, secretamente, Deus está presente e se estamos atentos podemos encontrá-Lo. E os discípulos, que vivem com Jesus, as multidões que O encontram, vêem a sua reação aos problemas mais absurdos, vêem como fala, como se comporta; vêem Nele a ação do Espírito Santo, a ação de Deus.

Nele anúncio e vida se entrelaçam: Jesus age e ensina, partindo sempre de um íntimo relacionamento com Deus Pai. Este estilo torna-se um indício essencial para nós cristãos: o nosso modo de viver na fé e na caridade torna-se um falar com de Deus no hoje, porque mostra com uma existência vivida em Cristo a credibilidade, o realismo, daquilo que dizemos com as palavras, que não são somente palavras, mas mostram a realidade, a verdadeira realidade.

E nisso devemos estar atentos para entender os sinais dos tempos na nossa época, isto é, para identificar os potenciais, os desejos, os obstáculos que se encontram na cultura atual, em particular o desejo de autenticidade, o anseio de transcendência, a sensibilidade para a salvaguarda da criação, e comunicar sem temor a resposta que oferece a fé em Deus. O Ano da Fé é ocasião para descobrir, com a fantasia animada pelo Espírito Santo, novos caminhos em nível pessoal e comunitário, a fim de que em cada lugar a força do Evangelho seja sabedoria de vida e orientação da existência.

Também no nosso tempo, um lugar privilegiado para falar de Deus é a família, a primeira escola para comunicar a fé às novas gerações. O Concílio Vaticano II fala dos pais como os primeiros mensageiros de Deus (cfr Cost. dogm. Lumen gentium, 11; Decr. Apostolicam actuositatem, 11), chamados a redescobrir esta sua missão, assumindo a responsabilidade no educar, no abrir a consciência dos pequenos ao amor de Deus como um serviço fundamental às suas vidas, no ser os primeiros catequistas e mestres da fé para seus filhos.

E nesta tarefa é importante antes de tudo a vigilância, que significa saber entender as ocasiões favoráveis para introduzir na família o discurso de fé e para fazer amadurecer uma reflexão crítica a respeito dos numerosos condicionamentos aos quais são submetidos os filhos. Esta atenção dos pais é também sensibilidade em reconhecer as possíveis questões religiosas nas mentes dos filhos, às vezes evidentes, às vezes secretas. Depois, a alegria: a comunicação da fé deve sempre ter uma totalidade de alegria. É a alegria pascal, que não omite ou esconde a realidade da dor, do sofrimento, do cansaço, da dificuldade, da incompreensão e da própria morte, mas sabe oferecer os critérios para interpretar tudo na perspectiva da esperança cristã.

A vida boa do Evangelho é mesmo este olhar novo, esta capacidade de ver com os próprios olhos de Deus cada situação. É importante ajudar todos os membros da família a compreender que a fé não é um peso, mas uma fonte de alegria profunda, é perceber a ação de Deus, reconhecer a presença do bem, que não faz barulho; e oferece orientações  preciosas para viver bem a própria existência. Enfim, a capacidade de escuta e de diálogo: a família deve ser um ambiente onde se aprende a estar junto, a conciliar os conflitos no diálogo recíproco, que é feito de escuta e de palavra, a compreender-se e a amar-se, para ser um sinal, um para o outro, do amor misericordioso de Deus.

Falar de Deus, então, quer dizer fazer compreender com a palavra e com a vida que Deus não é o concorrente da nossa existência, mas sim é o seu verdadeiro assegurador, a garantia da grandeza da pessoa humana. Assim, retornamos ao início: falar de Deus é comunicar, com força e simplicidade, com a palavra e com a vida, isso que é essencial: o Deus de Jesus Cristo, aquele Deus que nos mostrou um amor tão grande a ponto de encarnar-se, morrer e ressurgir para nós; aquele Deus que pede para segui-Lo e deixar-se transformar pelo seu imenso amor para renovar a nossa vida e as nossas relações; aquele Deus que nos doou a Igreja, para caminhar juntos e, através da Palavra e dos Sacramentos, renovar a inteira Cidade dos homens, a fim de que possa tornar-se Cidade de Deus.

Fonte: Boletim da Sala de Imprensa da Santa Sé, por Últimas e Derradeiras Graças.