Inverno
é também oportunidade que temos de aquecermos os nossos corações,
de olharmos para o outro, de pensarmos que se o frio nos acomete a
todos, imagine para aqueles que nada tem.
Num
outro dia ouvi numa reportagem a afirmação: “Ninguem merece
passar frio”
Concordo
plenamente , só que a pessoa que fez a afirmação estava numa loja
comprando um “aquecedor”. Além dos agasalhos que já tinha,
precisava também aquecer o ambiente, no que acho muito justo.
Trabalhamos, nos esforçamos todos os dias numa busca incessante para
termos sempre mais condições de proporcionar a nós e a nossos
familiares o conforto a que fazemos jus.
Mas
, que tal aquecermos não só o corpo e o ambiente, mas também
aquecermos nosso coração e repartir um pouco do que temos a quem
pouco ou quase nada tem?
Pense
em quantas pessoas, idosos e crianças sofrem com a falta de um
cobertor ou outro agasalho qualquer que lhes permitam passar mais
dignamente essa época de inverno.
Eu
como sou muito friorenta, acredito que passar frio é até mais
sofrido do que a fome.
Com
fome, a pessoa ainda pode ir buscar algo para enganar o estômago.
Mas o frio...Ah, esse entorpece os membros, deixa a pessoa sem ação,
impossibilitada de agir. O jeito é curtir o frio. Fazer o quê?
Mas
sempre tem a campanha do agasalho, alguns podem dizer. Sim , concordo
. Mas acontece que as campanhas de agasalho sempre chegam um pouco
tarde. Tenho visto campanhas que estão sendo realizadas agora, na 2ª
quinzena de junho. E o frio por aqui, pelo menos já se faz presente
desde o mês de maio. Quanto frio já devem ter passado essas
pessoas! Então, se sabemos de uma necessidade próxima a nós,
porque esperar a Campanha do agasalho?
Foi
nesse sentido que procurei sensibilizar minhas catequizandas.
Harmonizar os sentimentos com a mensagem do evangelho, conhecendo-a,
mas sobretudo vivenciando-a.
Para
ilustrar nosso compromisso de cristãos, usei o evangelho de Mt 25,
31-46
.As
Palavras de Jesus neste texto são bem claras e profundas. Nos coloca
diante de nossa responsabilidade e compromisso de cristãos junto aos
menos favorecidos:
35Pois
eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me
destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36Eu
estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu
estava na prisão e fostes me visitar’.
37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te
vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber?
38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e
sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e
fomos te visitar?’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’
E foi assim com esse espírito de amor ao próximo inspirado nas palavras de Jesus Cristo que chegamos até a casa de dona Ditinha. Fomos fazer a doação de um cobertor adquirido através da Pastoral social.
Vó
Ditinha é deficiente visual e se encontrava deitada numa cama
rústica, coberta com algo que nem merece o nome de “cobertor”.
Nem é preciso dizer que ficou muito feliz com o “presente”
conforme ela mesma denominou. Não se cansava de agradecer.
Mas,
podem ter certeza, a alegria maior foi nossa e nosso maior presente
foi proporcionar essa alegria à vózinha.
Não
podemos cobrir o frio da humanidade, mas pequenos gestos podem fazer
a diferença.
"O exemplo é a escola da humanidade e só nela os homens poderão aprender."
Edmund
Burke
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