domingo, 1 de julho de 2012

Pequenos gestos que fazem a diferença



Começamos o inverno, e com ele, chegam as noites mais longas, as chuvas, o frio.
Inverno é também oportunidade que temos de aquecermos os nossos corações, de olharmos para o outro, de pensarmos que se o frio nos acomete a todos, imagine para aqueles que nada tem.
Num outro dia ouvi numa reportagem a afirmação: “Ninguem merece passar frio”
Concordo plenamente , só que a pessoa que fez a afirmação estava numa loja comprando um “aquecedor”. Além dos agasalhos que já tinha, precisava também aquecer o ambiente, no que acho muito justo. Trabalhamos, nos esforçamos todos os dias numa busca incessante para termos sempre mais condições de proporcionar a nós e a nossos familiares o conforto a que fazemos jus.
Mas , que tal aquecermos não só o corpo e o ambiente, mas também aquecermos nosso coração e repartir um pouco do que temos a quem pouco ou quase nada tem?
Pense em quantas pessoas, idosos e crianças sofrem com a falta de um cobertor ou outro agasalho qualquer que lhes permitam passar mais dignamente essa época de inverno.
Eu como sou muito friorenta, acredito que passar frio é até mais sofrido do que a fome.
Com fome, a pessoa ainda pode ir buscar algo para enganar o estômago. Mas o frio...Ah, esse entorpece os membros, deixa a pessoa sem ação, impossibilitada de agir. O jeito é curtir o frio. Fazer o quê?
Mas sempre tem a campanha do agasalho, alguns podem dizer. Sim , concordo . Mas acontece que as campanhas de agasalho sempre chegam um pouco tarde. Tenho visto campanhas que estão sendo realizadas agora, na 2ª quinzena de junho. E o frio por aqui, pelo menos já se faz presente desde o mês de maio. Quanto frio já devem ter passado essas pessoas! Então, se sabemos de uma necessidade próxima a nós, porque esperar a Campanha do agasalho?
Foi nesse sentido que procurei sensibilizar minhas catequizandas. Harmonizar os sentimentos com a mensagem do evangelho, conhecendo-a, mas sobretudo vivenciando-a.
Para ilustrar nosso compromisso de cristãos, usei o evangelho de Mt 25, 31-46
.As Palavras de Jesus neste texto são bem claras e profundas. Nos coloca diante de nossa responsabilidade e compromisso de cristãos junto aos menos favorecidos:

35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36Eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’
40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’

E foi assim com esse espírito de amor ao próximo inspirado nas palavras de Jesus Cristo que chegamos até a casa de dona Ditinha. Fomos fazer a doação de um cobertor adquirido através da Pastoral social.
 Vó Ditinha é deficiente visual e se encontrava deitada numa cama rústica, coberta com algo que nem merece o nome de “cobertor”. Nem é preciso dizer que ficou muito feliz com o “presente” conforme ela mesma denominou. Não se cansava de agradecer.
Mas, podem ter certeza, a alegria maior foi nossa e nosso maior presente foi proporcionar essa alegria à vózinha.
Não podemos cobrir o frio da humanidade, mas pequenos gestos podem fazer a diferença.

"O exemplo é a escola da humanidade e só nela os homens poderão aprender."
 Edmund Burke 


Nenhum comentário:

Postar um comentário