sexta-feira, 17 de abril de 2015

O amor de Cristo nos uniu: depoimento




O garotinho desta foto eu já o apresentei aqui neste link

Lembro-me do primeiro dia em apareceu para se inscrever na catequese. Parecia tímido, silencioso demais . Cabeça baixa, apenas ouvia o pai que fazia sua  apresentação . Aliás , uma apresentação nada favorável a ele. Eu confesso que fiquei um pouco temerosa e de sobreaviso com os problemas disciplinares que ele poderia trazer , segundo as informações do pai.

Tudo bem! O garoto, a quem denominei Júnior, começou a frequentar os encontros  de catequese. Sempre calado, parece que completamente abstraído. Nenhuma indisciplina. Mas também pouca colaboração. Se chamado a participar , obedecia  timidamente. Eu não forcei a barra, não exigi nada, procurava não fazer cobranças. Apenas observava suas reações.

Quando julgava indicado procurava mostrar interesse pelo seu dia a dia . Ao que ele não deixava transparecer muito de sua rotina.

 E assim transcorreu o ano catequético. Ele sempre muito assíduo, o pai também sempre presente nas reuniões.

Após as férias escolares, a catequese recomeçou. Fizemos uns três encontros e nada de Júnior aparecer. Algo me dizia que devia procurá-lo, ir até sua residência para saber o motivo do provável abandono, uma vez que neste ano estará completando a segunda fase para então receber o sacramento de Crisma.

Não me espantei quando o pai e a madrasta mostraram desconhecer o retorno aos encontros catequéticos, ou seja , o início da 2ª fase de Crisma. Concluindo: durante as férias as obrigações religiosas também ficaram esquecidas. Férias da escola, férias da Igreja , férias de Deus.

Mas não me incomodei abertamente com isso não. Infelizmente, são tantas famílias que se comportam assim. Não é que a gente se acostume , mas também não vai ser cobrando, fazendo exigências que vamos mudar o quadro.


Júnior não estava quando fui até sua casa . Estava, sabe onde ? TRABALHANDO!!!!!!

 Ao que o pai estava muito feliz. Livrara-se do problema da “vagabundagem” do filho que acabou de completar 15 anos. Percebi que a alegria era grande por manter o filho ocupado durante o dia todo. O problema da libertinagem estaria resolvido. Também fora essa a ideia que me passou quando o levou pela primeira vez à catequese. Era como se o estivesse colocando numa casa de “correção”. Na catequese estaria a solução para sua indisciplina.

Eu precisava que o garoto retornasse. Faço questão que ele frequente nossos encontros .

É ali que ele pode encontrar valores distantes de seu cotidiano. Ali ele pode se sentir acolhido e amado. Faço questão que se sinta desejado. Que saiba que sua ausência é notada. Independente se vai dar segmento a hábitos religiosos ou não.

No última semana  ele apareceu no encontro.  Tivemos uma longa conversa. Somente eu e ele. “Um encontro a dois”, brinquei.

 E neste encontro a dois , ele abriu seu coração. Disse do quanto sente falta da mãe que faleceu quando ele tinha onze anos . Falta-lhe carinho e acolhimento na casa. Sente-se um indesejado ,segundo me contou. A relação com o pai é até boa . Mas a madrasta sempre tenta atrapalhar essa relação , além da frieza com que o trata. No trabalho já aprendeu muito sobre mecânica de carros . Encontrou ali uma válvula de escape para suas tardes solitárias e muitas vezes preenchidas na rua com más companhias.
 "É bom ficar longe de casa o dia todo e assim não ter que deparar com um ambiente frio e inóspito," contou-me ele.

Júnior está feliz no trabalho e na escola também , segundo me relatou . Quero que se sinta também feliz e realizado na catequese. Quero que leve boas lembranças desses dois anos que estamos desfrutando nossa companhia. Quero que no nosso grupo encontre o amor verdadeiro . aquele que acolhe , compreende, perdoa  ...
Este é o amor que Cristo nos ensinou e pediu que levássemos a outros .

 A catequese já o acolheu, Júnior , mas bem antes  Cristo já o havia acolhido!

E tenha certeza, o amor de Cristo nos uniu !


3 comentários:

  1. Que lindo Edite! Vc pode ter certeza que esse encontro a dois ficará marcado, pois foi o tempo em que ele conseguiu se abrir, sem máscaras... Que Deus o abençoe e supra toda falta dessa mãe... Porque a maioria das madrastas tem que ser assim, frias... será que é tão difícil amar alguém que não seja seu filho?
    E quantos junior's temos por aí...

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    1. Imaculada , bom recebê-la por aqui ! Júnior realmente é uma criança que me preocupa . Sinto-o carente de cuidados maternos . Na catequese, espero que ele supra um pouco dessa carência . Abcs.

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  2. Olá, tudo bem? Que foto bonita!!!!! Bom feriado. Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net

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