O
garotinho desta foto eu já o apresentei aqui neste link
Lembro-me do primeiro dia em
apareceu para se inscrever na catequese. Parecia tímido, silencioso demais .
Cabeça baixa, apenas ouvia o pai que fazia sua apresentação . Aliás , uma apresentação nada
favorável a ele. Eu confesso que fiquei um pouco temerosa e de sobreaviso com
os problemas disciplinares que ele poderia trazer , segundo as informações do
pai.
Tudo bem! O garoto, a quem
denominei Júnior, começou a frequentar os encontros de catequese. Sempre calado, parece que
completamente abstraído. Nenhuma indisciplina. Mas também pouca colaboração. Se
chamado a participar , obedecia timidamente. Eu não forcei a barra, não exigi nada,
procurava não fazer cobranças. Apenas observava suas reações.
Quando julgava indicado procurava
mostrar interesse pelo seu dia a dia . Ao que ele não deixava transparecer
muito de sua rotina.
E assim transcorreu o ano catequético. Ele
sempre muito assíduo, o pai também sempre presente nas reuniões.
Após as férias escolares, a
catequese recomeçou. Fizemos uns três encontros e nada de Júnior aparecer. Algo
me dizia que devia procurá-lo, ir até sua residência para saber o motivo do
provável abandono, uma vez que neste ano estará completando a segunda fase para
então receber o sacramento de Crisma.
Não me espantei quando o pai e a
madrasta mostraram desconhecer o retorno aos encontros catequéticos, ou seja ,
o início da 2ª fase de Crisma. Concluindo: durante as férias as obrigações
religiosas também ficaram esquecidas. Férias da escola, férias da Igreja , férias
de Deus.
Mas não me incomodei abertamente
com isso não. Infelizmente, são tantas famílias que se comportam assim. Não é
que a gente se acostume , mas também não vai ser cobrando, fazendo exigências
que vamos mudar o quadro.
Júnior não estava quando fui até
sua casa . Estava, sabe onde ? TRABALHANDO!!!!!!
Ao que o pai estava muito feliz. Livrara-se do
problema da “vagabundagem” do filho que acabou de completar 15 anos. Percebi
que a alegria era grande por manter o filho ocupado durante o dia todo. O
problema da libertinagem estaria resolvido. Também fora essa a ideia que me
passou quando o levou pela primeira vez à catequese. Era como se o estivesse
colocando numa casa de “correção”. Na catequese estaria a solução para sua
indisciplina.
Eu precisava que o garoto retornasse.
Faço questão que ele frequente nossos encontros .
É ali que ele pode encontrar valores
distantes de seu cotidiano. Ali ele pode se sentir acolhido e amado. Faço
questão que se sinta desejado. Que saiba que sua ausência é notada. Independente
se vai dar segmento a hábitos religiosos ou não.
No última semana ele apareceu no encontro. Tivemos uma longa conversa. Somente eu e ele.
“Um encontro a dois”, brinquei.
E neste encontro a dois , ele abriu seu
coração. Disse do quanto sente falta da mãe que faleceu quando ele tinha onze
anos . Falta-lhe carinho e acolhimento na casa. Sente-se um indesejado ,segundo
me contou. A relação com o pai é até boa . Mas a madrasta sempre tenta
atrapalhar essa relação , além da frieza com que o trata. No trabalho já
aprendeu muito sobre mecânica de carros . Encontrou ali uma válvula de escape
para suas tardes solitárias e muitas vezes preenchidas na rua com más
companhias.
"É bom ficar longe de casa o dia todo e assim não ter que deparar com
um ambiente frio e inóspito," contou-me ele.
Júnior está feliz no trabalho e
na escola também , segundo me relatou . Quero que se sinta também feliz e
realizado na catequese. Quero que leve boas lembranças desses dois anos que
estamos desfrutando nossa companhia. Quero que no nosso grupo encontre o
amor verdadeiro . aquele que acolhe , compreende, perdoa ...
Este é o amor que Cristo nos ensinou e
pediu que levássemos a outros .
A catequese já o acolheu, Júnior , mas bem
antes Cristo já o havia acolhido!
E tenha certeza, o amor de Cristo
nos uniu !
Que lindo Edite! Vc pode ter certeza que esse encontro a dois ficará marcado, pois foi o tempo em que ele conseguiu se abrir, sem máscaras... Que Deus o abençoe e supra toda falta dessa mãe... Porque a maioria das madrastas tem que ser assim, frias... será que é tão difícil amar alguém que não seja seu filho?
ResponderExcluirE quantos junior's temos por aí...
Imaculada , bom recebê-la por aqui ! Júnior realmente é uma criança que me preocupa . Sinto-o carente de cuidados maternos . Na catequese, espero que ele supra um pouco dessa carência . Abcs.
ExcluirOlá, tudo bem? Que foto bonita!!!!! Bom feriado. Bjs, Fabio www.fabiotv.zip.net
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