segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Paz do ressuscitado


"Saúde, trabalho, lazer, educação, vida digna... é a paz que a humanidade sonha nos dias de hoje"

Vencedor da morte, o Senhor ressuscitado continua com os seus seguidores. Ele aparece aos primeiros discípulos reunidos, põe-se no meio deles e deseja a paz.
A paz que Jesus deseja é a plenitude dos bens da vida: saúde, trabalho, lazer – em outras palavras, a felicidade de viver com dignidade. Se essa paz hoje permanece tão somente um sonho para tantos, é porque nosso Mestre talvez tenha sido posto de lado e não esteja sempre no centro de nossas comunidades.
A perturbação e a dúvida dos onze apóstolos e dos primeiros discípulos os impediam de compreender algo essencial: a vitória de Jesus sobre a morte não era realidade puramente espiritual. Jesus aparece em carne e osso, mostrando-lhes as mãos e os pés que antes estiveram pregados à cruz. O pedaço de peixe assado que Jesus ressuscitado comeu faz pensar no desafio para a nossa fé: como ver a ressurreição de Jesus tocando hoje a realidade física das pessoas? Como identificar concretamente o Senhor ressuscitado nos gestos de vida que ele próprio ensinou, na partilha do alimento, na refeição fraterna, no resgate da saúde, no perdão e na justiça que constroem a paz?
A paz que o Senhor deseja, enfim, são as pessoas vivendo a nova realidade da ressurreição. Não tem paz quem sobrevive na miséria, roubado da própria dignidade de ser humano. E não pode ter paz também, no fundo, todo seguidor que deixa Jesus de escanteio, esquecendo-se de que a paz para todos continua sendo o desejo de Deus para o mundo – e que para isso é essencial o compromisso de corpo e alma.
O Senhor abre-nos a mente para compreender que seus sofrimentos continuam no sofrimento de tantos inocentes de hoje. O caminho dos discípulos de então, de Jerusalém até os confins da terra, já o percorreram muitas pessoas antes de nós. Cristãos que semearam a ressurreição em terrenos áridos, que entregaram a vida para que corpos beirando a morte voltassem à vida. A ressurreição continua sendo para nós um dom de Deus. Mas, ao mesmo tempo, é conquista de todo um caminho de justiça, a justiça que constrói a paz.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

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