Deus
é assim... Não é preciso pensar nele e pronunciar seu nome.
Ao contrário, quando se pensa nele o tempo todo, é porque está se
afogando.
Deus
é como o vento... Sentimos na pele quando ele passa, ouvimos sua
música nas folhas das árvores. Mas não sabemos de onde vem, nem
para onde vai. Na flauta, o vento se transforma em melodia. Mas não
é possível engarrafá-lo.
Nas
religiões tentam engarrafá-lo em lugares fechados a que eles dão o
nome de “Casa de Deus". Mas, se Deus mora numa casa, estará
ele ausente do mundo? Vento engarrafado não sopra...
Deus
é como um pássaro encantado que nunca se vê... Só se ouve seu
canto... Deus é uma suspeita do nosso coração de que o universo
tem um coração que pulsa como o nosso... Suspeita... Nenhuma
certeza.
Deus
nos deu asas. Mas as religiões inventaram gaiolas. Muitas pessoas
que jamais pronunciaram o nome de Deus o conhecem como reverência
pela vida.
Há
pessoas que se sentem religiosas por acreditar em Deus. De que vale
isso? Os demônios também acreditam e estremecem ao ouvir seu nome.
(Tiago 2.19)
Há
presença do sagrado nas belezas da natureza, no caminhar próprio e
contínuo do tempo, na poesia que vem dos puros. Quando você se abre
para isso, está tendo um diálogo verdadeiramente religioso.
(Texto
do livro "Perguntaram-me se Acredito em Deus" de Rubem
Alves).
Um texto extraído do blog da angela
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