domingo, 6 de janeiro de 2013

Onde está o Rei dos Judeus que acaba de nascer?


 Domingo da Epifania

Epifania é uma palavra de origem grega que significa manifestação, e de modo particular – e isso consta dos dicionários – uma manifestação divina.

 O Deus que estava escondido manifesta-se de modo claro e luminoso para o mundo. A narrativa de Mateus, exclusiva dele, é uma narrativa teológica que torna manifesto que o Menino que nasceu escondido numa gruta em Belém de Judá não nasceu só para uma família da descendência de Davi, mas sim para todos os povos dos quatro cantos do mundo. É por isso que na Igreja do Oriente festeja-se mais a Epifania do que a noite do Natal. Hoje em dia a festa dos Reis Magos é quase ignorada em nosso país, mas até os inícios do século passado, os folguedos de Reis alimentavam um rico folclore.

"Onde está o rei dos judeus que acaba de nascer? Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo".Mt 2, 1-12



Com o domingo da Epifania termina o tempo do Natal. A solenidade da Epifania do Senhor é a festa da universalidade da salvação oferecida como dom de Deus a toda a humanidade. Desde todo o sempre Deus quis que todos os povos fossem iluminados.
 Na vigília do Natal, nós já tínhamos ouvido: "O povo que andava nas trevas viu uma grande luz. Sobre aqueles que habitavam a terra da sombra uma luz resplandeceu". O texto de Isaías deste domingo é ainda mais claro: 

"As nações caminharão à tua luz, os reis,ao brilho do teu esplendor" (Is 60, 3). A cada uma das nações da terra é dirigido este apelo: "Deixa-te iluminar". Todos, judeus e pagãos, são beneficiários da mesma promessa, herdeiros da mesma riqueza da graça de Deus, em Cristo Jesus. No Verbo encarnado todas as fronteiras são rompidas e Deus visita todas as pessoas indistintamente. O texto de Nm 24,17 é portador da seguinte profecia: um dia "se levantará de Jacó uma estrela". Essa profecia, os judeus do primeiro século da nossa era aplicavam à vinda do Messias. 
Os magos, símbolo das "nações", vindos do Oriente para adorarem o Senhor, trazem os seus presentes, isto é, fazem sua profissão de fé naquele que, por amor de Deus, assumiu a nossa humanidade. Os presentes oferecidos afirmam simbolicamente a divindade, a realeza e o sacerdócio do menino nascido em Belém. De todos nós que nos reunimos para celebrar a solenidade da Epifania do Senhor é exigido o engajamento próprio da fé.
  
 O presente a ser oferecido Àquele que assumiu a nossa humanidade é a nossa própria vida, ela mesma dom de Deus. É este engajamento que nos faz sentir a "grande alegria" anunciada aos pastores (Lc 2,10) e que os magos puderam experimentar(cf. Mt 2,10), alegria da salvação, alegria de Deus que nenhuma situação da existência humana pode tirar nem ninguém subtrair.

Fonte: Paulinas

 
Só vai a Jesus quem procura, quem tem fome e sede de justiça, quem é pobre (de coração, mesmo), quem deseja ser melhor, quem não é autosuficiente, quem sonha e ama, quem pouco deseja para si, quem não ambiciona poder nem riqueza, quem é capaz de adorar, quem está vivo! És tu um desses ?
 
Cristo não pode estar na soberba, que nos separa de Deus, nem na falta de caridade, que nos isola dos homens. Aí não podemos encontrar Cristo, mas apenas a solidão.

No dia da Epifania, prostrados aos pés de Jesus Menino, diante de um Rei que não ostenta sinais externos de realeza, podeis dizer-lhe:

" Senhor, expulsa a soberba da minha vida, subjuga o meu amor-próprio, esta minha vontade de afirmação pessoal e de imposição da minha vontade aos outros. Faz com que o fundamento da minha personalidade seja a identificação contigo"

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