O
significado da imposição das cinzas
A imposição das cinzas
propõe ao fiel um caminho de conversão interior: “o
desejo de seguir o Cristo padecente, crucificado e ressuscitado,
praticando as virtudes da Quaresma”.
Tempo que intensifica o
empenho constante da conversão cristã. É útil lembrar:
na Bíblia converter-se é fazer uma reviravolta completa nas idéias,
atitudes, costumes e convivência social, abandonando
interesses egoístas e materiais como critérios de relacionamento
com Deus e os outros.
A fé cristã – no
particular e no social – é busca contínua da verdade, justiça,
fraternidade e não um tipo de “quebra-galho” dos problemas,
doenças, negócios e angústias.
Daí a coerência entre fé
e vida. Oração e conduta não podem se contradizer. Pedidos,
desejos e propósitos proferidos nos ritos religiosos e em devoções
pessoais ligam a doutrina, as convicções da fé e a ética a todas
as áreas das relações humanas. Se
não houver sintonia entre o que se reza e o que se vive, não haverá
conversão nenhuma. Seja lá o rito que se fizer!
As cinzas simbolizam a
fragilidade humana e a desgraça que o pecado nos traz com o egoísmo,
a ambição, a insensibilidade. Ao recebê-las reconhecemos o que
somos. Dependentes do Senhor da vida até para nos amarmos uns aos
outros.
O homem não tem a
explicação de si mesmo e do universo. Em seu anseio mais profundo
precisa da fé em Deus. Por isso os profetas atribuíam os males do
povo à sua infidelidade com Deus. Diziam que era preciso “rasgar o
coração e não as vestes”. O costume de rasgar em público uma
parte da roupa era um sinal de penitência, arrependimento e dor. Ao
lado desse havia outros ritos exteriores: o jejum, a cinza, a
esmola.
A Bíblia ensina: não
bastam os ritos! É imperioso criar novas relações sociais de
justiça, direitos, conduta moral e dignidade coerentes com a
santidade de Deus. Rasgar o coração significava então abraçar no
íntimo e no social a aliança com Deus e o amor aos irmãos em todas
as situações.
Os 40 dias do itinerário
quaresmal nos associam mais de perto à Páscoa de Jesus. Passamos
por um treinamento espiritual: maior
atenção à Palavra de Deus, mais tempo de oração, renúncias
pessoais livres para ter o autodomínio sobre as más inclinações e
intensificar a prática da caridade (Campanha da
Fraternidade).
O carnaval é cinza sem
vida. A Quaresma é cinza que produz vida, purificando-nos!
Pe. Antonio
Clayton Sant’Anna, C.Ss.R
13/02/13
14:40:28.
Nenhum comentário:
Postar um comentário