domingo, 29 de setembro de 2013

O apêlo à conversão: "O Homem rico e Lázaro"

O relato  desse evangelho ensina pelo menos duas grandes lições: 
  • A primeira é que o status e o reconhecimento social do presente não são o critério de avaliação para a recompensa futura.
Em outras palavras, aqueles que, à semelhança dos escribas e fariseus, se julgam mais dignos do favor divino podem ser os mais desgraçados espiritualmente aos olhos de Deus (comparar com Mt 23).
  • A segunda lição é que o destino eterno de cada pessoa é decidido nesta vida, e jamais poderá ser revertido na era vindoura, nem mesmo pela intervenção de Abraão (Lc 16:25 e 26). A referência à impossibilidade de Abraão salvar o homem rico do seu castigo reprova o orgulho étnico dos fariseus, que se consideravam merecedores da salvação por serem descendentes de Abraão (ver Lc 3:8; 13:28; Jo 8:39 e 40, 52-59).

Não existe pecado em ser rico. O pecado está em ser explorador, indiferente ao sofrimento alheio. A Parábola quer nos alertar para os inúmeros Lázaros que ainda hoje vivem contentando-se com migalhas dos poderosos. Que o que tem mais não apenas saiba partilhar bens , mas utilizar de seu poder seja de autoridade ou financeiro para proporcionar melhores oportunidades ao trabalhador.

"O perigo da da riqueza mostra-se real quando desumaniza a pessoa, tornando-a insensível e indiferente à realidade de miséria e sofrimento de muitos filhos e filhas de Deus". A razão de ser dos bens , fruto do trabalho de todos ,é a promoção de todas as pessoas da sociedade" ( Pe. Nilo Lusa em  "abismo entre ricos e pobres) - Semanário Litúrgico " O Domingo"

 Propagar a Palavra de Cristo é missão do catequista. Dentro dos princípios religiosos e fundamentada no evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo é que foi estruturado esse encontro catequético, aliás sendo hoje novamente republicado para que se evite dúvidas e acusações de cunho político.

foto web

Evangelho do dia: A parábola do homem rico e Lázaro- Lc, 16, 19-31
    Nesta parábola que Jesus contou está um forte apelo à conversão. Enquanto vivemos é tempo de conversão, mudança de vida, solidariedade, tempo de viver as propostas do Reino que é amor, justiça, fraternidade. Depois da morte este tempo não existirá mais.
Vamos ler atentamente o texto do dia: Lc 16,19-31.

"Havia um homem rico que vestia roupas muito caras e todos os dias dava uma grande festa. Havia também um homem pobre, chamado Lázaro, que tinha o corpo coberto de feridas, e que costumavam largar perto da casa do rico. Lázaro ficava ali, procurando matar a fome com as migalhas que caíam da mesa do homem rico. E até os cachorros vinham lamber as suas feridas. O pobre morreu e foi levado pelos anjos para junto de Abraão, na festa do céu. O rico também morreu e foi sepultado. Ele sofria muito no mundo dos mortos. Quando olhou, viu lá longe Abraão e Lázaro ao lado dele. Então gritou: "Pai Abraão, tenha pena de mim! Mande que Lázaro molhe o dedo na água e venha refrescar a minha língua porque estou sofrendo muito neste fogo!"
- Mas Abraão respondeu: "Meu filho, lembre que você recebeu na sua vida todas as coisas boas, porém Lázaro só recebeu o que era mau. E agora ele está feliz aqui, enquanto você está sofrendo.
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REFLEXÂO

Nesta parábola contada por Jesus, Ele quer nos mostrar a importância do desapego material.
Jesus não condena a riqueza. O que ele contesta e condena é o mau uso dela. A falta de atitudes daqueles que detém o poder  e fogem de sua responsabilidade menosprezando sua tuação  em projetos de transformação na sociedade.
A ausência de atitudes fica visível na distância que se formou entre o rico e o pobre.
Jesus nos alerta para a falta de misericórdia “Sede misericordiosos , como vosso Pai celeste” encontramos emLc 6, 36-38
Nesta parábola Jesus mostra que todo aquele que mesmo tendo bens materiais e se abre à partilha, preocupa-se com o necessitado, pratica gestos de solidariedade torna-se humilde e agradável aos olhos de Deus.
Aquele que acumula bens , negando-se à partilha e solidariedade transforma sua vida em atitudes soberbas que o levam a ignorar o seu próximo necessitado.

A soberba pode estar no coração de todos,  independente de se ter ou não muitos bens materiais.
A solidariedade também pode estar no coração de todos : ricos ou pobres.
Para Jesus, o conceito de rico e pobre é diferente do conceito formado pela sociedade.
São também pobres os ricos pela ganância e soberba, pois preocupam-se apenas em acumular tesouros na terra, esquecendo-se do maior tesouro que é o Reino de Deus, ali “onde nem a traça e a ferrugem corroem”. O apego aos bens materiais os tornam pobres diante de Deus
São ricos aqueles que sabem “onde está o teu tesouro” e vivem sua vida segundo os preceitos divinos buscando as “coisas do reino”

Trazendo para a vivência de nossos dias
  • rico é aquele que prima pelo individualismo e capitalismo que domina a sociedade
  • Podemos dizer que rico  é aquele que não se compromete com o evangelho e não se abre à escuta da Palavra de Deus. São os ricos materialistas, que detém o poder, que oprimem o mais fraco
  • Pobres são aqueles que buscam a Deus e sentem-se oprimidos pelos detentores do poder. Seu tesouro não é deste mundo.

Quantos Lázaros  morrem à porta do hospital?
Quantos morrem nas sarjetas?
Quantos são explorados no trabalho?
Quantos não tem onde morar?

Estes Lázaros esperam a mão da solidariedade. Lázaros que reclamam e não são ouvidos
Lázaros que confiam na misericórdia de Deus.
Lázaros que muitas vezes tem atitudes transformadoras que mudam a realidade de tantos.

Concluindo
A riqueza não é pecado. Desde que não seja fruto da roubalheira e corrupção. Fruto da ambição desmedida.
O pecado está no fechamento para o próximo.
O que Jesus nos pede é a vivência do evangelho. É ter atitudes de transformação. É superar o egoísmo e individualismo que nos afasta do próximo e consequentemente de Deus.
Confiemos na misericórdia de Deus .Tenhamos gestos concretos de transformação que promovam   um mundo melhor.

Um comentário:

  1. O caminho de Deus é perfeito; a palavra do Senhor é provada; é um escudo para todos os que nele confiam. Salmo 18:30
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    Abraços Fraternos

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